RESPM ABR_MAI_JUN 2017
Sociedade Revista da ESPM | abril/maio/junhode 2017 22 Isto significa que temmuito rico que acha que é classe média,muita gente da classemédia que acha que é classe baixa e tambémmuitas famílias da classe baixa acredi- tando que já são classe média. Éfundamentalesclareceressaconfusãoentreosdiversos critérioscorrenteseaautoimagemquenósbrasileirostemos arespeitodoestratoeconômicoaoqualpertencemos,porque muitosdosleitorestalvezacreditemquesãodaclassemédia brasileira eque este artigode alguma formapode represen- tar a sua situação de luta econômica atual. Portanto, tenha claroque, seasua rendanãoestána faixaentreR$1.646,00 eR$6.585,00, como55%dapopulação, vocênãopertence à classemédia ou à classeCbrasileira. Muito provavelmente vocêé ricoenemsabia. Aí estáumaboanotíciaparavocê! Os resultados preliminares que apresentamos aqui são de 50 casos de domicílios selecionados somente numsegmento da classemédia (renda entre R$ 3.000,00 e R$ 6.585,00), uma vez que o interesse é investigar as famílias que tiveramacessomaior aos bens de consumo. A seguir, apresento cinco características muito mar- cantes da nova classe média perante o atual cenário de crise econômica: 1. O truque é fazer a pedalada fiscal doméstica “ Quem não tem dívida não cresce na vida .” Este é umpen- samento corrente nas famílias pesquisadas. A classe média não gosta de dívidas, mas tambémnão temmedo delas. Uma vez que essemal existe e é necessário, é pre- ciso aprender a lidar com ele. O segredo é não pagar todas as dívidas do mês. Men- salmente, a família decide quais as dívidas que serão saldadas naquele período. A prioridade está na lista: • 1 o Aluguel — se não pagar, corre o risco de despejo. Tem outro inconveniente: o incômodo de ter a imobiliária con- tatando sem parar por meio de ligações pouco amistosas, se não grosseiras e até mesmo com ameaças. • 2 o Conta de energia elétrica — não dá para ficar sem banho quente, sem luz e sem televisão. Isso geraria briga dentro de casa e, o pior, a vergonha diante dos vizinhos que comentariam durante semanas que a família não consegue pagar nemmesmo a conta de luz. • 3 o Contas que ameaçam o corte imediato — impor- tante pagar para não perder o acesso ao serviço. • 4 o Pessoas — não é digno dever para pessoas do círculo social, uma vez que compromete a convivência e a socia- bilidade. Ainda que a dívida não seja paga por inteiro, é possível conversar, negociar e pagar um pouquinho por mês para aqueles que emprestaram algum dinheiro na hora do aperto e que em geral são familiares, amigos muito próximos e, claro, os agiotas abutres. Os quemais sofreram foramosmais pobres, que tiveramamaior queda na renda: 7,7%. Já a classemédia apresentou uma quedamédia de renda de 5%
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx