RESPM ABR_MAI_JUN 2017

Revista da ESPM | abril/maio/junhode 2017 40 “OBrasil terá entre 2,5milhões e 3,6milhões de ‘novos pobres’ atéofimde2017, afirmaoBancoMundial.”Estam- padanaspáginasdosprincipaisjornaisdopaís,noiníciodo ano,anotíciaéumretratofielda“dançadasclassessociais” que a sociedade brasileira vem enfrentando nos últimos anos. De acordocomestudodoBancoMundial, a recessão econômica deu origemaos “novos pobres”, umpúblico for- mado basicamente por jovens, brancos, bemqualificados, residentes emáreas urbanas —comfocona regiãoSudeste (39,7%)—,equeaté2015estavamtrabalhando,emsuagrande maioria(58,8%),nosetordeserviços.Olevantamentodeta- lhado define exatamente o perfil dos novos pobres: 37,9 anos é a idademédia do chefe das novas famílias de baixa renda; 88,1% sãomoradores de áreas urbanas; 38,2% pos- suemensinomédio. Olevantamentoapontaaindaque,até2015,essaspessoas faziamparte da chamada classemédia, mas por conta da crise econômica perderamseus empregos, não consegui- rammais retornar aomercadode trabalho formal e desce- ramparaalinhadapobreza.Atéofimdoano,oBrasildeverá contarcom28,3milhõesdepessoasvivendoemcondições depobrezaextremaoumoderada,segundooBancoMundial. Istoseopaís conseguir crescer entre0,5%e1%nodecorrer desteano.Agora,casoarecessãocontinueeoPIBsejanega- tivo, anação terá30,3milhõesdepobresatéofimde2017. OutrolevantamentodoBancoMun- dial aponta para uma retomada do crescimentoquepoderáestancaresse aumentosignificativodenovospobres no Brasil. De acordo com o relatório Apoiando-se Contra o Vento: uma Pers- pectiva Histórica da Política Fiscal na AméricaLatinaeCaribe ,oPIBdaregião deverácrescer1,5%nesteanoe2,5%em 2018,pondofimaseisanosdedesace- leração econômica e à recessão dos últimos dois anos. Se essaprevisão se concretizar,asrecuperaçõesesperadas no Brasil e na Argentina serão funda- mentaisparaestimularonovociclode crescimentona região. Mas qual será o melhor caminho paraestimularessaretomadadocresci- mento?Emquantotempoapopulação brasileiradeverá recuperar oseupoderdecompra?Eoque os empresários devem fazer para aproveitar essa provável ondadecrescimento? Embuscadessasrespostas,encontramosootimismode LuizCarlosRosenberg,daRosenbergAssociados,eopessi- mismodeMarcelSolimeo,daAssociaçãoComercialdeSão Paulo(ACSP),quetentamexplicarasinúmerasquestõessus- citadaspelapolíticaepelocenárioeconômicomundial,que estãomudandocadavezmais rápido. Umexemplodissoéaondadeprotecionismoquecomeça a ganhar força entre os grandes parceiros comerciais do Brasil.Essemovimentopoderárepresentarumsérioempe- cilho para a expansão do nosso comércio externo, que é apontado por Rosenberg como uma das saídas para o Bra- sil voltar acrescer. Atéofechamentodestaedição,asreformasdaprevidên- ciaetrabalhistatambémestavamenfrentandomuitasdifi- culdades para passar noCongresso, e ninguémé capaz de prever com segurança se teremos condições de controlar as despesas públicas e reduzir oburacofinanceironoqual oBrasil estáatolado. Nossaestruturasocioeconômicatambémestáemxeque, poisanovaclassemédiadequetantoseorgulhavaogoverno deDilmaRousseffparecetersidomaisumafraudeimposta aosbrasileiros.Criadapelocréditoexageradoaoconsumo, Cada cabeça uma sentença! 100% 58,8% 8,2% 9,4% 8,0% 15,5% 19,1% 2,6% 28,3% 17,9% 32,0% 49,2% 8,6% 9,0% 2,7% 30,5% Services New poor Structuraly poor Non-poor Manufacturing Agriculture Unemployed Inactive 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% O que fazia em 2015 o trabalhador que em 2017 está em situação de pobreza? Fonte: estimativas baseadas na equipe do BancoMundial de acordo coma PNAD 2015 e nomodo de simulação ADePT (Olivieri et al. 2014) Inativo Desempregado Agricultura Indústria Serviços Novo pobre Pobre Não pobre

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