RESPM ABR_MAI_JUN 2017
Revista da ESPM | abril/maio/junhode 2017 42 Estamosadoispassosdoparaíso! “Assim que o governo puser a casa em ordem, vamos viver um dos períodos mais interessantes da nossa história econômica”, prevê o economista Luís Paulo Rosenberg, da Rosenberg Associados “Nos últimos anos, registramos uma queda de quase 10% no PIB per capita por conta de uma crise financeira desencadeada pelo descalabro na gestão das contas públicas”, explica o econo- mista Luís Paulo Rosenberg, sócio e fundador da Rosenberg Asso- ciados. “A história vai marcar essa fase como o período de maior irracionalidade na condução da política econômica do país.” Comparandoofimda eraDilma com o que ocorreu nos Estados Unidos após a quebra do Lehman Brothers em 2008, Rosenberg diz que toda crise financeira é repentina e gera uma ruptura na economia, mas que as medidas tomadas pela equipe do presi- dente Michel Temer já começam a surtir efeito. “Quando virarmos o semest re, vamos ter out ro clima na economia, com o desem- prego e a inadimplência caindo, a inflação em baixa e a sensação de renda média do consumidor subindo.” Cenário econômico “Este ano, o Brasil deverá registrar um crescimento entre 0,7% e 0,9%. Mas, como ficamos muito tempo estagnados, a percepção será equi- valente a uma taxa de 2,5% de cres- cimento. Esta será uma retomada bem mais gostosa do que todos estão esperando. Neste contexto, algumas iniciativas, como as privatizações e as concessões, poderiam acelerar ainda mais o processo. A inteligência que vem junto com esse capital da priva- tização pode oferecer um ganho de produtividade ao mercado e acelerar a recuperação do poder aquisitivo da população. Outro atalho para o crescimento são os acordos comerciais internacio- nais.As conversas entre Mercosul e Europa estão avançando. Se conseguirmos entrar no mercado europeu de produtos primários sem impostos em troca da vinda para o Brasil da indústria e dos serviços europeus a um custo mais baixo, teremos uma verda- deira revolução no país. Antes disso, porém, temos de resolver uma complexa equação fiscal, que envolve a previdência e os gastos da União. Por exemplo: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fala em fazer um esforço fiscal de R$ 65 bilhões. Mas será que não ocorre a ele mexer no Imposto de Renda da pessoa física? A fórmula é simples: basta fazer a classe alta pagar imposto sobre os seus dividendos em vez de aumentar ainda mais a carga tributária da população. No Brasil, a iniquidade tributária é um absurdo! Precisa mexer no que é tributável e não na progressividade dos impostos. Isso ajudaria muito a obtermos uma redist ribu ição de renda melhor e, consequentemente, um aumento do poder aquisitivo da população.” Sociedade “A combi nação de r ecessão com a proliferação da internet causou uma mudança est r u- tura l na economia , que deve acelerar o processo de retomada do crescimento. Hoje, o consumo supérfluo perdeu Ibope. O jantar no restaurante sofisticado dos Jardins perdeu espaço para os bares da Vila Madalena. E esse movimento é irreversível, pois demons t ra que a soc iedade está voltada para valores mais racionais e com menos osten- tação. As empresas precisam es t a r a t en t a s a es s e mov i - mento, que representa um novo Rosenberg Assoc i ados | Lu í s Paulo Rosenberg
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