RESPM ABR_MAI_JUN 2017

abril/maio/junhode 2017| RevistadaESPM 77 critério de classificação social – comparação entre os anos Levantamento socioeconômico - LSE 2016 10 A B1 B2 C1 C2 DE 11 12 13 14 15 16 14 15 16 • Educação • Ocupação • Posse de bens • Condições de moradia • Acesso a serviços públicos • Ativos financeiros e não financeiros • Renda corrente • Banheiros • Automóveis • Microcomputador • Lava louça • Geladeira • Freezer • Lava roupa • DVD • Micro ondas • Motocicleta • Secadora de roupas • Água encanada • Rua pavimentada • Empregada doméstica • Escolaridade do chefe da família INDICADORES DA RENDA PERMANENTE Itens de posse e conforto Grau de instrução 5 9 18 25 24 20 5 9 19 26 23 18 4 10 21 26 23 20 5 7 19 24 25 20 4 7 20 24 26 19 4 7 20 25 25 19 4 7 20 24 26 19 5 11 22 27 22 14 5 10 22 26 23 15 4 7 21 25 25 18 GFK ABEP - Evolução das 9 principais RM’s Serviços Seja por uma fonte ou por outra, fica claro que a crise não gera uma “dança das classes”. Como a classificação econômica é constituída por itens de posse domiciliar, instrução e serviços, uma perda pontual do poder aquisi- tivo real não causa impacto imediatona classificação. Em poucas palavras, commais dinheiro (programas sociais, crédito,melhores salários), o indivíduopodeadquirir ime- diatamente novos bens e ascender de classe; commenos dinheiro, ele não irá perder imediatamente os bens que adquiriu: perde poder aquisitivo, mas permanece coma mesma classificação. A ascensão foi rápida, mas a queda levará umpouco mais de tempo para acontecer. Poderíamos prosseguir nessa análise indicando que o tipo de crise que acabamos de enfrentar tem maior impacto sobre as famílias de renda mais alta. Ela afeta as empresas e, por consequência, gera demissões (come- çando pelos maiores salários) e afeta os empreendedo- res. Umestudo recente da Tendências Consultoria — que foi divulgado pelo jornal Valor Econômico , no último dia 30 de janeiro, com o título de Classe A foi a que mais perdeu renda em 2016 —, indica que enquanto as famí- lias de maior poder aquisitivo perderam 2,9% de seus rendimentos, as de renda intermediária perderam0,8%. Entretanto,esseperíododetransiçãotrazoutranovidade paraamesadoprofissionaldemarketing.Atéofimdoséculo passado,aclassificaçãosocioeconômicaeracapazde“expli- car”boapartedocomportamentodeconsumo. Conhecero gênero,aidadeeaclassificaçãoeconômicadoindivíduoera suficienteparapredizerqueprodutoseleiriaconsumir,com grandemargemdeacerto.Porissoessescritériosganharam tantapopularidadeeforammandatóriosparaadefiniçãodos consumidores ( targets ) nasúltimasdécadas. Essa correlação vemse desconstruindo e as decisões de comprapercorremcaminhosmaisfluidos.Para“prever”oque umconsumidorirácomprar(oudeixardecomprar)nãobasta avaliarseupoderaquisitivo.Osestudosquebuscamconhe- cer atitudes, opiniões e hábitos dos consumidores e identi- ficarpadrõesquepermitamentendermelhorasrelaçõesde consumovêmganhandoreconhecimentodesuarelevância. Vamos tomar como exemplo o estudo global Consumer Life , realizado pela GfK, que entrevista anualmente 30 mil pessoas em24 países (85% do GDP global) e, a partir dele, busca compreender como a crise afeta o consumi- dor, transcendendo a questão da variação e da renda.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx