RESPM ABR_MAI_JUN 2017
abril/maio/junhode 2017| RevistadaESPM 83 Odiamantenãotrincou Por Arnaldo Comin Foto: Divulgação E mbora ainda seja cedo para sugerir altas doses de otimismo, as empresas ligadas às indústrias de consumo que não sucumbiram à crise começam a enxergar alguma luz no fim do túnel. Os sinais de uma recuperação — ainda tímida — nas vendas para 2017 e as perspectivas de crescimento mais robusto em 2018 podem contribuir para que muitos projetos de investimentos engavetados nos últimos anos ganhem nova chance e ajudem a acelerar a retomada da economia. Depois do naufrágio, é o momento de estimar os danos e tratar dos sobreviventes. Para Sonia Bueno, CEO para a América Latina da Kantar Worldpanel, uma das maio- res empresas de pesquisa de consumo do mundo, a melhor notícia dessa ressaca da crise aguda de 2015 e 2016 é que, apesar dos solavancos, a nova classe média que sur- giu na década passada resistiu ao mar bravio. “Nossa pirâmide social em formato de diamante, compredominância das classes médias, se manteve”, explica a executiva. De acordo com as pesquisas da Kantar, apesar da retração no consumo, a definição de classe média, que inclui conquistas importantes como melhor habitação, serviços e bens duráveis, resistiu à crise. E mesmo categorias de produtos que antes eram associadas à população de maior renda continuaram na cesta de consumo das classes C, D e E. “O que mudou foi a frequência do consumo e a opção por itens de melhor preço, mas o consumidor continua comprando seu iogurte, leite condensado e chocolate em pó.” Nesta entrevista, Sonia aponta as tendências de consumo do brasileiro pós- crise, que incluem menos viagens, idas mais espaçadas ao cabeleireiro e dimi- nuição da frequência nos restaurantes. As compras agora são mais planejadas, com uma procura maior por alimentos práticos e saudáveis, além da preferência crescente por marcas nacionais e locais.
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