RESPM ABR_MAI_JUN 2017
abril/maio/junhode 2017| RevistadaESPM 85 Porém, os rendimentos diminuíram um pouco. É nesse momento que ela começa a reavaliar o que compra. Revista da ESPM — O patrimônio adquirido, portanto, garante certo com- portamento de consumo? Sonia — Sim. Esse consumidor está mais vulnerável e é atingido por fato- res como o desemprego. A tendência ao longo do tempo de redução cons- tante dos rendimentos é forçar uma mudança de perfil. Cortar a empre- gada doméstica, por exemplo, é algo percebido no Brasil como mudança no patamar social. Abrir mão de pro- dutos elétricos por causa do consumo de energia é outro fator. Sair de uma rua asfaltada para outra de terra. Isso, sim, muda a classe social, porque ela abre mão de coisas que conquistou. A renda é apenas só mais um elemento que define a classe social. Em resu- mo, a maioria da população manteve o seu padrão, mas a queda na renda a obrigou a fazer novas opções. Se analisarmos os carrinhos de compras das diferentes classes sociais, vamos perceber que a diferença foi pouco significativa ao longo de 2015 e 2016. O que ocorreu muitas vezes foi a mudança na frequência de consumo de um determinado produto. Ou, em vez de consumir umamarcamais pre- mium , a pessoa passa a comprar um produto similar de preço mais baixo. De qualquer maneira, esse consumi- dor continua comprando o iogurte, o leite condensado e o chocolate empó. Revista da ESPM — Que mudanças forammais perceptíveis a partir de 2015? Sonia — Nós constatamos que pro- dutos básicos, como café, arroz e os de higiene pessoal, estão crescendo mais. Os não básicos, como restau- shutterstock Em2015, houveuma retraçãodeconsumodaordemde5%a6%dentrodosdomicílios. Porém, em2016, omercadonacional registrouumcrescimentode2%emvolume
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