RESPM ABR_MAI_JUN 2017
abril/maio/junhode 2017| RevistadaESPM 99 Comaretomadaeconômica, surgeapergunta: comoseráoamanhã? Estudo da PwC apontamudanças significativas no comportamento de compra do brasileiro, que tendema permanecer mesmo após o término da crise. Fatores como a possibilidade de comparar produtos e preços on-line e umamaior preocupação comos gastos, emdecorrência da recessão, tornaram o consumidor mais exigente Por RicardoNeves N os últimos anos, fatores como a crise econô- mica eomaior acessoà internet têmcausado impactosobreoshábitosdeconsumodosbra- sileiros. Adiminuiçãodopoder aquisitivo, de umlado, e a possiblidade crescente de realizar aquisições on-line, de outro, são alguns dos principais aspectos que hoje influenciamo comportamento da população. APwC se dedica a estudar o tema desde 2010, quando teve início a pesquisa anual Total Retail, que analisa hábitos de con- sumono varejo físico e virtual. Aúltima ediçãodo estudo, divulgadaemmarçodesteano, contoucomuma investiga- çãodetalhadasobreosdesdobramentosdoatualmomento econômico emrelação à jornada de compra do brasileiro. O levantamento — que ouviu cerca demil pessoas no país — revela mudanças significativas no comportamento do consumidor, provocadas, emgrande parte, pela crise. Um bom exemplo é a redução da frequência de ida às lojas. O estudo aponta que no ano passado os brasileiros dimi- nuíram as compras diárias pelametade nas lojas físicas. Em2015, 8%dos consumidores faziamalguma aquisição diária, percentual que foi reduzidopara4%noanopassado. Outrodadoapontadonapesquisa foi aquedanacomprade produtos on-linenoprimeiro trimestredeste anoemcom- paração ao mesmo período de 2016: pela primeira vez, a frequênciadeaquisiçõesdiáriason-linecaiude8%para3%. Foramobservadasmudanças talvez aindamais signi- ficativas em relação ao comportamento do consumidor. Cerca demetade das famílias com renda de até R$ 2mil mensais afirmou ter intenção de restringir as compras a itens de primeira necessidade, como alimentos, bebidas e gastos comsaúde. Para economizar, as pessoas de clas- sesmenos favorecidas tambémintensificaramapesquisa de preço nas redes de varejo que costumam frequentar, em busca de ofertas. Não chega a surpreender a consta- tação de que há uma forte intenção de priorizar compras à vista, conforme revelado pela Total Retail. Obrasileiromostra estarmais propenso a adotar uma postura demaiormaturidade financeira e reduzir o nível de endividamento, que pode comprometer seriamente os gastos das famílias emumcenário de desemprego e cor- rosão do poder de compra. A pesquisa Total Retail mos- tra que 46% dos consumidores com renda de até R$ 5 mil por mês e 42% daqueles que ganham até R$ 2 mil reais mensais pretendemevitar os pagamentos a prazo. Quem se declara a favor de um maior controle orçamentário afirma ter intenção de manter esse tipo de comporta- mentomesmo emumcontexto de retomada econômica. Esses dados trazemumnovo horizonte de tendências que deverão impactar o varejo brasileiro nos próximos anos. Com isso, as empresas do setor já têmse deparado com a necessidade de repensar investimentos e estra- tégias para ter melhores condições de atender os novos anseios do consumidor. Para o setor de supermercados, por exemplo, o caminho do sucesso passa atualmente
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