RESPM_JAN-FEV-MAR 2017
janeiro/fevereiro/marçode 2017| RevistadaESPM 25 sultório onde estou para fazer o test drive . Como eu soluciono essas ques- tões que são muito mais físicas? Como eu deslocalizo a experiência, a entrega, a venda, o pós-venda (quando há problemas no carro) e o pagamento? Essas coisas todas, que são hoje muito espaciais, eu preciso tirar do ponto de venda. Claro, isso onera todo o processo de venda e re- quer grandes investimentos. Então, como rentabilizo essa experiência ao cliente? É uma maneira ideal, mas estamos longe de efetivá-la. Revista da ESPM — Como o senhor enxerga a nova geração Uber? Há mui- tos jovens que não queremaprender a di- rigir, nem acham relevante adquirir um carro. O automóvel vem perdendo seu papel como instrumento de realização pessoal. Como a indústria está reagindo a essa tendência tão profunda? Ciaco — Continuar operando do mes- mo jeito que temos feito nos últimos 100 anos, no processo de produção e comercialização, não fará sentido nos próximos dez anos. Temos de resolver uma série de coisas. Temos de olhar para a geração Uber. O carro constrói desejo de outro jeito. Se eu não gostas- se de carro, eu não andaria de Uber. Não é que eu saio do carro para andar a pé, de bicicleta. Eu só ando de carro de outro jeito. O desejo sobre o carro é diferente. Eu posso ter desejo sem ter posse? Que desejos são esses? A necessidade de locomoção continua. Ninguém tem posse exclusiva de transporte público. Como eu posso prover soluções desejadas pelo con- sumidor, que continuam as mesmas? Ir ao trabalho, ao lazer, ao namoro. O desejo do carro precisa ser recriado. Temos de olhar para o Uber, os carros de propulsão elétrica. É precisomudar amaneira de produzir modelos novos. Mas essa questão é crucial e muito profunda: o que a indústria quer ser no futuro. Continuar operando domesmo jeito que temos feitonos últimos 100 anos, no processo de produção e comercialização, não fará sentidonos próximos dez anos shutterstock
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