RESPM_JAN-FEV-MAR 2017

janeiro/fevereiro/marçode 2017| RevistadaESPM 53 Apropagandaprecisa demaisQIemenosGRP! Por Anna Gabriela Araujo e FranciscoGracioso Foto: Divulgação H á quase 30 anos, o publicitário e jornalista Rafael Sampaio acompanha de perto a trajetória do mercado publicitário no Brasil e no mundo, registrando os principais acontecimentos nas páginas da revista About . Na publicação que criou em1988, ele noticiou os principais acontecimentos da propaganda, como a compra da agência DM9 por Nizan Guanaes (1989), a criação do Conselho Executivo das Normas-Padrão, o Cenp (1998), e a alteração do ranking dos principais anunciantes do país, que a partir da década de 1990 passou a ser dominado por empresas do ramo financeiro e da área de serviços, emsubstituição àsmarcas de produtos de consumo e de bens duráveis. Hoje, como consultor da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), ele lidera um movimento de revitalização do segmento, que já chegou a representar 1% do PIB brasileiro, nos anos de maior desenvolvimento econômico no país e, atualmente, corresponde a cerca de 0,5%. “Precisamos resgatar o sex appeal da propaganda e parar de negociar preço em planilha de Excel. Vivemos ummomento no qual a publicidade nunca foi tão importante para as marcas e as agências nunca foram tão relevantes para os anun- ciantes”, assegura Sampaio. Oprimeiro passo ele já deu ao apresentar umestudo que aponta o impacto da publicidade na economia doBrasil. Realizada pelaAbap, a partir de ummodelo econométricodaDeloitte do Reino Unido, a pesquisa indica que cada R$ 1,00 aplicado empublicidade gera emmédia R$ 10,69 para o PIBnacional. “Isso significa dizer que os R$ 33,5 bilhõesmovimentados pela publicidade [em 2014] no Brasil se transformaram em R$ 358 bilhões, o que é uma extraor- dinária contribuição para a economia brasileira”, ressalta o profissional, que está prestes a lançar um livro sobre o futuro da propaganda. “Existe um grande perigo de os anunciantes buscarem soluções baratas para os serviços de publicidade e as agências tentarem segurar sua rentabilidade fazendo apenas uma rotinamedíocre para seus clientes.” Nesta entrevista, ele aponta os caminhos para um futuro melhor. “Talvez seja o mo- mento de o setor das agências dedicar maior atenção, tempo e recursos para repensar a forma pela qual tradicionalmente esteve estruturado, que pouco mudou na sua essência e forma emmuitas décadas.”

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx