RESPM_JAN-FEV-MAR 2017

entrevista | Nizan Guanaes Revista da ESPM | janeiro/fevereiro/marçode 2017 86 apelos do Tinder, um aplicativo de encontros, e levar para amídia progra- mática dele. Isso é muito interessante emuito esperto. Revista da ESPM — O senhor cons- truiu uma carreira de enorme sucesso como redator, diretor de criação, dono de agência e de um grupo de comuni- cação. O que o motiva hoje, do ponto de vista pessoal e profissional, a essa altura da vida? Guanaes — Tem um negócio que aconteceu comigo que foi muito importante, a ida para o iG. Quando eu fui para lá, nos primórdios da internet, eu achei que ia ficar rico. A bolha partiu, mas eu e o Guga Valente ficamos dois anos imersos na internet, no início. Eu ia para as agências e as pessoas perguntavam: “Nizan, esse negócio de internet vai dar certo?”. E eu dizia: “Vai dar certo” (risos). Aquela experiência não me tornou um expert em internet, mas eu passei a encarar a tecnologia de maneira mais natural e a me sentir mais nativo daquelemundo. Logo, eu abraço tudo com mais naturalidade, é como baiano não gostar de acarajé. Se os comerciais não foremmais vei- culados na televisão, tudo bem para mim. Eu vejo tudo aqui, pelo celular. Tanto faz. Então, eu aceito commais naturalidade e dedico meu tempo a três coisas que eu adoro. Revista da ESPM —Quais são elas? Guanaes — Primeiro, eu dedico tem- po ao meu lado empreendedor, em como criar novas coisas, como ajudar o meu grupo a crescer. Agora, por exemplo, eu estou muito preocupado com a matriz de custos da propagan- da. Se a propaganda não cortar todos os custos e processos antigos, ela não vai ser livre. Porque esse é o único jei- to de dar uma banana para os clientes chatos. Está acontecendo hoje um fenômeno que é a beatificação dos anunciantes e a demonização das agências de propaganda. Tem gente na propaganda que não faz coisas ba- canas, que não se deve celebrar. Mas há muitas práticas de anunciantes sobre as quais a única coisa que de- veríamos fazer é dizer “não”. Tivemos várias concorrências no mercado que mostram de maneira clara que determinados anunciantes têm prá- ticas horrorosas e que não devem ser consentidas. É um erro muito grande o trade não apontar o dedo para essas práticas. Mas aí se fala que as agên- cias aceitam. A questão é que elas ficamemparedadas por ummomento econômico horroroso e práticas glo- bais de terra arrasada. Então, tornou- divulgação Mesmosendomuitocriticadapelomercadopublicitário, acampanhadosbichinhos daParmalat foi umdosmaiorescasesdemarketing jáproduzidosnoBrasil

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