RESPM JUL_AGO_SET 2017
Investimento Revista da ESPM | julho/agosto/setembrode 2017 100 Tereza Kaneta, executiva que participou de 95% dos IPOs realizados no Brasil desde 2004, sumariza bem esse panorama e a difícil situação de atrair investidores estrangeiros para o Brasil. “De um lado, existem volati- lidades e oportunidades de curto prazo. De outro, estão os gargalos e pontos estruturais da realidade brasileira que, se não forem atacados, se tornam grandes barrei- ras de entrada e fortesmotivadores para saídas rápidas”, comenta a profissional, que hoje atua como uma das sócias do grupo inglês Brunswick no Brasil. No curto prazo, as incertezas sobre a recuperação eco- nômica se agravamcada diamais por conta das incerte- zas no cenário político. Especificamente sobre os ativos brasileiros, parece haver certo equilíbrio no mercado. Enquanto muitos ativos têm preço atrativo para poten- ciais aquisições e negociações, os private equities e as firmas de investimento internacionais — que poderiam viabilizar tais transações — tentam arranjar uma saída para investimentos realizados no passado. No longoprazo, tambémparecehaver oportunidades e muitos desafios. Do ladodos desafios, a despeitoda fonte ou estudo, eles continuama ser osmesmos: burocracia, corrupção, impostos, infraestrutura e as leis trabalhis- tas são gargalos que impedem novos investimentos e empacam a economia do país como um todo. Do lado das oportunidades, a polarização política encabeçada por Donald Trump nos Estados Unidos e por alguns par- tidos europeus na Alemanha, França, Itália e Holanda, com foco populista pregando autoritarismo, nativismo e o anti-estabelecimento, abre espaço para uma nova dinâmica política e mercadológica, capaz de mudar a ordemmundial e o fluxo de investimentos no globo. Tal tendência é citada emdois artigos: “Trump, Brexit, and the rise of populism: economic have-nots and cultural backlash” , publicado no SSRNElectronic Journal , em2016, por Pippa Norris eRonald Inglehart; ena reportagem “FromBrexit to Trump, Polarization Heightens Risk, WEF Says , produzida por Alex Morales e veiculada em 11 de janeiro de 2017, no site da Bloomberg. Dentro desse panorama, novas De 2013 até hoje, a tendência que se vê é uma queda dos investimentos estrangeiros diretos nos países emergentes POPULAÇÃO Estados Unidos França Alemanha Canadá Reino Unido Coreia doSul Chile Uruguai México Brasil China Índia PIB POR EMPREGADO (USD constante, 1990, PPP) 1960 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 50 M 100 M 150 M 200 M 250 M 300 M 350 M $110.000 $100.000 $90.000 $80.000 $70.000 $60.000 $50.000 $40.000 $30.000 $20.000 $10.000 $0 1965 POPULAÇÃO Estados Unidos Estados Unidos França Alemanha Canadá Reino Unido Coreia do Sul Chile Uruguai México Brasil China Índia Brasil Rússia Alemanha França Reino Unido Argentina Canadá Chile Uruguai EFETIVIDADE PIB POR EMPREGADO (USD constante, 1990, PPP) 1960 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 50 M 100 M 150 M 200 M 250 M 300 M 350 M $110.000 $100.000 $90.000 $80.000 $70.000 $60.000 $50.000 $40.000 $30.000 $20.000 $10.000 $0 6 5 4 3 2 1 0 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2007 2008 POPULAÇÃO Estados Unidos Estados Unidos França Alemanha Canadá Reino Unido Coreia do Sul Chile Uruguai México Brasil China Índia Brasil Brasil México China Índia Uruguai Coreia doSul Alemanha França Estados Unidos Chile Canadá Reino Unido Rússia Alemanha França Reino Unido Argentina Canadá Chile Uruguai EFETIVIDADE ADUANEIRA (1-muito ineficiente, 7-muito eficiente) 1960 008 2009 2010 2011 2012 2013 50 M 100 M 150 M 200 M 250 M 300 M 350 M 6 5 4 3 2 1 0 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: WorldBank
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