RESPM JUL_AGO_SET 2017

julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 101 alianças entre países do Sudeste Asiático, da América Latina e das novas coalizões europeias se tornam pos- síveis e talvez até mesmo necessárias. Para o caso brasileiro, no entanto, essas oportunida- des só terão impacto e viabilidade de longoprazoquando o país atacar os pontos estruturais que há tempos são considerados prioritários: reformas tributária e traba- lhista, desburocratização, combate efetivo à corrupção e promoção de transparência para governo, empresas e cidadãos, educação. Como mencionei aqui, neste artigo, a pergunta e a resposta parecem simples — o difícil é implementá-las em um país com uma cultura fatalista, do jeitinho, orientada para o curto prazo, o pouco planejamento e a resolução de crises. Não há panaceia ou milagre. Apenas trabalho. Tentar atacar todos aomesmo tempo é um desserviço e fonte de frustração. O país deveria aproveitar o momento e fazer do combate à corrupção um ponto de partida para evitar que futuras tentati- vas de atração de capital estrangeiro ou de mudanças estruturais pudessemser minadas pela corrupção, que parece generalizada. Enquanto esses pontos não forem atacados, seremos eternamenteumgigante entorpecido, atingido eventual- menteporondasde investimentoexternoquepor ventura chegamà praia. Aomenor sinal de temporal, pormedo e insegurança, investidores externos saeme voltamparao queconsideramportos seguros. Issosódeixarádeaconte- cerquandoos investidoresexternosolharemparaoBrasil eviremque, de fato, aqui tambémse temumportoseguro. O caminho das pedras para atrair investidores exter- nos e transformar o país existe há tempos — cabe a cada umde nós como cidadão trilhá-lo e exigi-lo a cada dia. O trabalho nos chama. Fernando M. Ribeiro Professor do curso de relações internacionais da ESPM e investor relations managing partner na Phercoh shutterstock Em1950, aCoreiadoSul eramaispobrequeoBrasil eestavaàbeiradeumaguerracivil. Hoje, temum PIB per capita duasvezesmaior queobrasileiro