RESPM JUL_AGO_SET 2017

julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 103 exportadores de produtos agrícolas, apesar das dificul- dades decorrentes de uma infraestrutura de escoamento deficiente e de excesso de burocracia. Ogoverno federal temtrabalhadoparaminorar essasdificuldadespormeio de iniciativas como o Plano Crescer, voltado àmelhoria da infraestrutura, e a implementação da janela única, para a facilitação dos trâmites de exportação. Não se trata, portanto, de desmerecer ou desatender aquilo que o Brasil faz de melhor. O Brasil precisa con- tinuar a investir no agronegócio, mas tratando sempre de diversificar a produção e os destinos. Pela importânciaque têmosprodutosdebaseemnossa pauta, oBrasil apresenta uma exposição considerável às variações de preços internacionais — variável que está alémde nosso controle. Damesma forma que o Brasil se beneficiou enormemente do período de alta das commo- dities, entre os anos de 2005 e 2011, nosso desempenho comercial sofreu excessivamente com a queda desses preços, nos quatro anos seguintes. Essa situaçãoéagravadaaindamaispelaconcentração das vendas em poucos produtos e destinos. Para se ter uma ideia de grandeza, ainda que as exportações brasi- leiras estejamrelativamente repartidas emquatro gran- des blocos (Estados Unidos, União Europeia, América Latina e China), há uma tendência perceptível à maior proeminência da China comomercado, sobretudo para dois de nossos mais importantes produtos de exporta- ção: soja eminério de ferro (que em2016 representaram quase 65% do total das nossas exportações para aquele país). Emnúmeros absolutos, nossas exportações para a China aumentaram414% nos últimos doze anos, alcan- çando um total de US$ 35,1 bilhões. Isto representa 19% do total exportado pelo Brasil em 2016. Diante destas cifras, torna-se clara a crescente exposição da economia brasileira às vicissitudes da economia chinesa. Outro dado que convém ter emconta é que a participa- çãobrasileiranasexportaçõesmundiaisvem-semantendo abaixode1,5%,namédiahistóricadosúltimos20anos.Em 2016, esta cifra foi de 1,17%. Os números apontam para a necessidade de aumentar a fatia de mercado do Brasil na oferta mundial de bens — fato que teria um impacto alta- mente positivo sobre a economia como um todo e sobre a geração de empregos demelhor qualidade emparticular. Comoresultado,oaumentodasexportaçõesbrasileirasacar- retaria elevaçãodos níveis de renda e de emprego formal, umavezqueaatividadeexportadoraéumvetorimportante docrescimento, deganhosdeescalaedecompetitividade. Como diversificar? Por intermédiodoDepartamentodePromoçãoComercial e Investimentos (DPR) e de sua rede de setores comer- ciais (Secoms) — espalhados por 104 cidades ao redor embraer

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