RESPM JUL_AGO_SET 2017

perspectiva Revista da ESPM | julho/agosto/setembrode 2017 30 CGVs e o cenário internacional Em Themany faces of today’s globalization: a survey of recent literature , artigopublicadoem2008, na NewGlobal Studies , ShalendraSharmaapresentaas “várias faces” e “ondasda globalização”. Ainda assim, mesmo diante de tantas con- trovérsias e incertezas no ambiente de negócios interna- cionais, muitos analistas concordam que o processo de integraçãoeconômicaglobal temsido fundamentalmente impulsionadopelosdramáticosfluxostransfronteiriçosde comércio e redes de produção, bem como fluxos de capi- tal e investimentos. Enquanto as tendências de comércio internacional têm apontado para a fragmentação orga- nizada dos processos produtivos nas Cadeias Globais de Valor, o Brasil ainda tem oportunidades para incremen- tar suaparticipaçãonasCGVs, sobretudo se comparadoa paísesconsideradosdesenvolvidosoumesmoaquelesem desenvolvimento ( ver gráfico abaixo ). Ademais, adepender dosdesdobramentosdocenáriopolítico-econômicoedas políticasdomésticas, opaíspodeexpandir suasparcerias e ampliar sua rede de integração nas Cadeias Globais de Valor. No entanto, enfrentará cada vez mais a acirrada concorrênciainternacional,aexemplodacompetitividade compaíses comoChina e Índia. Particularmenteentre1995e2011,ChinaeÍndiadespon- taramentre as economias quemais incrementaramsuas participaçõesnasCadeiasGlobaisdeValor,comodemonstra oGráfico1,noqualosdoispaísesaparecemàfrentedoBra- sil.Nolivro China, Indiaand the international economicorder (Cambridge University Press, 2010), Muthucumaraswamy Sornarajah e JiangyuWang sugeremque tais participação e inserçãonãoestãoapenas relacionadas à regionalização do comércio entre os países asiáticos ou ao crescimento dos acordos preferenciais que ganharamnova configura- ção pós-1991 — como aponta o Gráfico 2. Essemovimento tambémestá ligado às estratégias governamentais imple- mentadas por esses dois países, seja por meio demedidas para reduzir as restrições ao comércio de bens e serviços, seja por políticas que fomentematuações e investimentos emsetores estratégicos, favorecendo assimmaior compe- titividade internacional. Concomitantemente,partedessasmudançasestáasso- ciada às empresas que têmdesverticalizadoe internacio- nalizado funçõesdemanufaturae serviços cadavezmais complexos. Conforme argumentaMark Dallas, no artigo ‘ Governed’ trade: global value chains, firms, and the hetero- geneity of trade in an era of fragmented production ( Journal gráfico 1 | Participação (em %) dos países nas Cadeias Globais de Valor* Argentina Brasil Colômbia Índia China Chile Economias em desenvolvimento 49 52 48 43 38 35 31 48 Economias desenvolvidas Fonte: elaboradopelos autores combasenaOMC, 2011 e 2017 * Os países participamdas CGVs importando insumos estrangeiros paraproduzir bens e serviços e tambémexportando insumos produzidos nopaís paraparceiros responsáveis pelas etapas deproduçãoa jusante

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