RESPM JUL_AGO_SET 2017

julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 59 Nospaísesemqueaextremadireitaeuropeia tevemaisaprovação, oqueprevaleceéosentimentoanti-imigração, seguido dosentimentoanti-UniãoEuropeiaedadesconfiançanospolíticosepartidos da administração Trump provocaram uma deterioração da imagemdos Estados Unidos e sua capacidade de influ- ência nos 47 países pesquisados. Namaioria dos países, a visãoéadequeas relações comosEstadosUnidos tendem a piorar nos próximos anos e que as características pesso- ais de Trump, como intolerância e arrogância, criam um ambientepoucopropícioparaacooperaçãoentreospaíses. A reação dos líderesmundiais e da opinião pública em relação às políticas de restrições migratórias, a cons- trução do muro entre Estados Unidos e México, a saída do acordo de Paris e a revisão das políticas comerciais indicamumcenário de crescente isolamento das visões do trumpismo. Mas será que isso levará ao declínio do populismo? Se sim, quais seriamas opções políticas e o futuro da democracia? As incertezas políticas não permitem que tenhamos respostas precisas para estas perguntas. No entanto, para superar acrisedademocraciasãonecessáriasa renovação dos partidos políticos e a construção demecanismos que promovamodiálogoabertocoma sociedade. Aampliação dos canais de participação institucional é uma ação a ser perseguidapor políticos epartidos, fortalecendoassimos instrumentos institucionaisdemocráticos. Neste sentido, a superação da crise dependerá da construção de meca- nismos democráticos mais inclusivos, participativos e de maior pluralidade e diversidade para reforçar os vín- culos entre os eleitos e os anseios dos cidadãos. A pre- sença de líderes defensores dos valores liberais poderá ter sucesso e apoio popular na medida em que as políti- cas proporcionarem transparência na gestão pública e benefícios diretos para os cidadãos. Entretanto, a apatia política, a baixa participação política, a pouca competitividade eleitoral e o distan- ciamento entre as propostas partidárias dos anseios dos eleitores favorecem a presença de políticos populistas que se mantêm no poder pela implementação de con- trole de restrição das liberdades civis e políticas, con- trole da imprensa e apoio aos líderes fortes e autoritários. As dinâmicas e os processos políticos domésticos colocam desafios à aceitação internacional de regimes não democráticos, com políticas nacionalistas, xenó- fobas e anti-imigração. No entanto, a construção da ordem internacional pós-global participativa, inclusiva e democrática dependerá não apenas dos líderes, mas da resistência e resiliência da sociedade civil na defesa dos valores democráticos. Denilde Holzhacker Professora do curso de relações internacionais da ESPM shutterstock

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