RESPM JUL_AGO_SET 2017
julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 63 Em1990, ela era responsável por 1,6%das exportações globais; hoje, são 11,6%. Além disso, a China está se tor- nando uma fonte de investimentos internacionais, dei- xandodesermeramenteoseudestino.Nestecontexto, ela se beneficia do surto de progresso que os países da Ásia estão vivendo. E a Ásia tem de ser entendida como uma “proto-unidade” econômica e civilizacional. Ela interage entre si desdeos tempos daRotadaSeda, ou seja, hámais de doismilênios. Eainda que seja aChina, por ora, a loco- motiva desse crescimento (onde, e como, situar o Japão nesse processo?), todo o continente se beneficia do que uma parte dos analistas acredita ser o “retorno” do eixo geoeconômicoparaa região. A ideiaé restabelecer ahege- monia que foradaÁsia ao longodos séculos, até os países ocidentais assumirema liderança, na esteira da Revolu- ção Industrial e do colonialismo europeu, no século 19. É importante ter em mente que, capitaneados pela China, o comércio e os investimentos na região se efe- tuam, sobretudo, entre os países do próprio entorno, ou seja, eles se sustentammutuamente. É ingênuo acredi- tar que as nações do Leste e Sudeste da Ásia dependem indispensavelmentedoOcidentepara sedesenvolver. Na verdade, está emcurso uma “divisão regional da econo- mia”, emque a República Popular daChina (RPC) se con- centra cada vezmais no desenvolvimento e aperfeiçoa- mentodas tecnologias deponta e transfere (“terceiriza”?) a produção de bens demenor valor tecnológico agregado para os países demenor desenvolvimento, comoVietnã, Filipinas, Indonésia, Myanmar etc. Énessesentidoqueoplano MadeinChina2025 ,recém-lan- çadopelogovernochinês,pareceemblemático.Seumodelo repeteoqueosmais velhos dentrenós viramacontecer na segunda metade do século passado, quando os produtos eletrônicosjaponeses“invadiram”oOcidente...etambémo Brasil.Nadécadade1960,oschamados“radinhosdepilha” tornaram-seuma“febre”entrenós,eosautomóveis made in Japan começaramaganharespaço,porserem“bonsebara- tos”. Esse roteiro alavancou asmultinacionais de alta tec- nologianipônicas, queespalharamseusprodutospor todo omundoe transformaramaMitsubishi, aSony, aToyota, a HondaeaHitachi,porexemplo,em“presençasobrigatórias” nonossocotidiano. E é esse o roteiro que a China parece estar seguindo, guardadasasdiferenças, evidentemente.O Made inChina 2025 prioriza dez setores: tecnologia avançada da infor- mação; robóticaemáquinas automatizadas; aeroespaçoe equipamentos aeronáuticos, navais ede transporte ferro- viáriodealta tecnologia; veículoselétricos; equipamentos ChinaDream éum”mantra”paraopresidenteXi Jinping, queestáempenhadoemapagar damemóriadopaís– edomundo–o“séculodehumilhações” shutterstock
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