RESPM JUL_AGO_SET 2017
julho/agosto/setembrode 2017| RevistadaESPM 95 shutterstock E leições europeias, Brexit, crescimento eco- nômico, Trump e sua política internacional, subida de juros emdiferentes países conside- radosmenos arriscados... Muitos são os ques- tionamentos e incertezas rondando a cabeça de qualquer investidor que tenha a alternativa de investir emdiferen- tes localidades ao redor domundo.Mais doque isso, qual- quer alteração no cenário americano ou no europeu tem o potencial de causar grandes repercussões no mundo, como apontaMartin Steinbach, da EY, no relatório Glo- bal IPO trends: Q1 2017 pathway to growth . Por aqui, a imprensa brasileira e os veículos interna- cionais mostram um prospecto negativo e incerto. As notícias de corrupção e esquemas envolvendo grandes empresas nacionais e do exterior não param de emer- gir no que pode se “consagrar” como o maior esquema de corrupção e fraude do mundo. Um exemplo disso é a reportagem especial “Operation car wash: is this the big- gest corruption scandal in history?” , de Jonathan Watts, que foi veiculada no dia 1º de junho pelo The Guardian . Não é à toa que, para o Brasil, o índice de confiança em investimento estrangeiro direto (FDI Confidence Index), medido pela consultoria AT Kearney, despencou da 5ª para a 16ª posição, no período de 2014 a 2017. Tal movimento, contudo, não é singular ao Brasil, dado que a maioria dos países emergentes observou uma queda nos seus respectivos índices de confiança para inves- timento estrangeiro direto ( ver gráfico na página 96 ). Essa queda acontece no mesmo momento em que investidores globais têm se comprometido, mais e mais, com investimentos estrangeiros como uma das plataformas de crescimento. De 2013 até hoje, a tendência que se vê é uma queda dos investimentos estrangeiros diretos nos países emergentes. Ainda assim, vale ressaltar dois fatos importantes. Em primeiro lugar, comparado com os demais BRICs, o Brasil ainda ocupa posição de des- taque no valor dos investimentos recebidos, estando atrás apenas da China. Em segundo lugar, embora ainda seja o segundo país dentre os BRICs em valor de investimento, nota-se uma tendência de elevação dos investimentos realizados na Rússia e na Índia ante uma queda no Brasil ao longo dos últimos dois anos, como aponta o ranking de investimentos externos dos BRICs, publicado na página 97. De forma similar, durante o período 2013-2016, o que se viu no Brasil foi uma queda relevante tanto no volume quanto no valor dos IPOs, quando comparados comanos anteriores dentro do próprio país, ou comoutros países no continente americano. Namesma linha, uma recente e recorrente pesquisa da United Nations Conference on Trade and Development (Unctad), a World investment prospect survey 2016 , revela que ofluxo de capitais estrangeiros deve cair de 10%a 15% nos próximos anos emfunçãoda fragilidade da economia global, voltando a se recuperar somente nofimde 2018. Segundo essamesma pesquisa, o Brasil continua ran- queado como uma das principais escolhas para fontes de investimento, ocupando a sexta posição como país selecionado para investimentos, atrás apenas de Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido e Alemanha. Há, entretanto, alguma relação entre investimento estrangeiro e o número de IPOs ou o impacto do investi- mento estrangeiro sobre a economia de umpaís? De um lado, alguns estudos mostram que a relação entre omercado de capitais e o número de IPOs versus o volume e valor de investimentos estrangeiros, diretos ou indiretos, emumdado país são estatisticamente insig- nificantes ou que a economia interna na verdade deter- mina o fluxo de investimento estrangeiro, como indica Reportagemespecial sobre omaior escândalo de corrupção e fraude domundo: a operação Lava Jato. Omaterial foi publicado pelo TheGuardian , no dia 1º de junho
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