Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 27 A plicando os conceitos da 4ª Revolução Industrial , o novo livro de Klaus Schwab, lança luz às ten- dências oriundas da tecnologia, em uma nova fase de mudanças disruptivas que estão não apenas contribuindo para novos modelos de negócio e gestão, mas também provocando inúmeras transforma- ções sociais. Nobinômio Inovação e Espírito Empreendedor (CengageLearning, 2016), PeterDrucker enalteceo fatode queos empresários bem-sucedidos têmumcompromisso coma prática sistêmica de inovação, enfatizando a com- posiçãocontínua entreplanejamentoe criatividade como condições de competitividade. O debate também encontra eco nos estudos sobre empreendedorismo feitos por Robert Baron e Scott AndrewShane, que estão detalhados no livro Empreende- dorismo: uma visão do processo (Cengage Learning, 2017). Nessa obra, os autores sugeremque haverá mais indiví- duos empreendedores que se lançarão no mercado por sua conta e risco, inovando principalmente em nichos bemespecíficos. Por outro lado, crescerá nas empresas a importância do espírito empreendedor, por meio do que se pode denominar intraempreendedorismo, trazendo à tona fundamentos e processos ligados às condições econômicas, tecnológicas e sociais a partir das quais as oportunidades empresariais emergemou fracassam. No livro Marketing 4.0 (Editora Sextante, 2017), Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan transitam entreo“tradicionaleodigital”eargumentamque,dianteda complexidadedoambientedenegócios, haverámudanças significativasnasestruturasdasempresas, privilegiandoa gestão demarketing unida à transformação digital. Nessa nova era, a gestão demarketing assume papel fundamen- tal na abordagem de todos os desafios, da análise sólida do consumidor e da sobrevivência de produtos e serviços, bemcomonaprosperidadefinanceiradasorganizações.Os autores sugeremaindaquea transformaçãodigital estáno cerneda4ªRevoluçãoIndustrial,mudandocompletamente amissão, as estruturas eas estratégias empresariais. Todo esse processo resulta no que poderíamos chamar de Ges- tão 4.0, a qual desafia onovopercursodo administrador. Atentoàsdinâmicasexigidaspor essemercadoemrápi- das transformações e às competências requeridas para a formaçãodoadministrador (Quadro1), o cursode gradua- ção emadministraçãodaESPMdecidiu inovar. Combase nas principais áreas de conhecimento—economia, finan- ças, métodos quantitativos, marketing, gestão e ciências humanas — e numa estrutura pedagógica fundamentada emmetodologias de ensinoe aprendizagemativas, anova “Administração 4.0” incorpora a transformação digital e a tecnologia, orientando-se para a gestão demarketing, a inovação e o empreendedorismo demaneira integrada. Renomadas instituições comoMIT, Babson, Harvard, Standford, University of Pensilvanya, NorthwesternUni- versity (Kellogg) eBerkeley (HaasBusiness School) conju- gamemseus programas de negócios a combinação entre gestão, “mentalidade empreendedora” e inovação. Além dagestãodemarketing, outropontodedestaqueediferen- cial na abordagempedagógica emercadológicadaESPMé o claro incentivo às atividades empreendedoras dos estu- dantes, apartir de umolhar que sempre busca a inovação. Essa mentalidade se traduz também nos resultados da incubadoradenegócios. Transversal aos cursos daESPM, os projetos dos estudantes e da rede Alumni contribuem para a criação de postos de trabalho emdistintos setores da economia, como aponta oGráfico 1. A incubadora oferece umprograma de apoio gerencial, operacional efinanceiroquecontribui paraqueosprojetos se transformem em empresas lucrativas. A participação pode ocorrer de duas formas: pormeio da hospedagemda empresanasededaincubadora,oupelaparticipaçãonopro- grama,semnecessidadedehospedagem.Capacitamassim asstartupsparaminimizarosriscosaoadentraromercado, uma vez que estudos a respeito de inovação, empreende- dorismo, spin-offs e intraempreendedorismo relatamque: • Os dados sobre taxa de mortalidade de empresas são, em geral,expressivos,variandodeacordocomasregiõesdomundo ecompondoumafaixaentre40%e70%dosnegóciosiniciados. • Ataxade insucessodeprodutos lançados nomercado tam- bémé alta, variando entre 50% e 95%. • Oempreendedorismo internopode ser favorecido tantopor estruturasespeciaisdecaráterformal( skunkworks ),quefun- cionamde modo semelhante ao de equipes multifuncionais de projetos, quanto por arranjos informais de iniciativa dos próprios funcionários ( bootlegging ), os quais devemser esti- mulados para iniciativas voltadas à tecnologia e à inovação.
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