Revista da ESPM

ADMINISTRAÇÃO REVISTA DA ESPM | ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018 28 Odebateacercadeinovaçãoéamplo.Desdea“destruição criativa” de Joseph Alois Schumpeter (descrita em Capita- lismo, Socialismo eDemocracia , EditoraUnesp) atéaprática do conceito feita por David O’Sullivan e Lawrence Dooley ( Applying innovation , 2009). Emtodos os casos, a definição deinovaçãopassapelo“processodedesenvolvermudanças queestabeleçamalgonovoegeremvalorparaoconsumidor”. Com um olhar voltado para a transformação digi- tal, nesse ambiente da “Gestão 4.0” tem-se enfatica- mente discutido o “letramento digital”. A definição pode ser entendida como a capacidade de dominar minimamente as ferramentas digitais hoje disponí- veis, as quais transformam a maneira como a gestão de negócios é realizada nos mais diversos setores. De fato, esse letramento é relevante, mas talvez insufi- ciente para as funções, necessidades e atividades que já estão emcurso e serão exigidas de umadministrador na próxima década. O que o tornará ainda mais capa- citado será a “fluência digital”, traduzida em um set de habilidadesmais voltadas à capacidade de desenvolver soluções digitais para os desafios das empresas emum ambiente de inovação constante do que simplesmente utilizar as ferramentas hoje disponíveis. Esse conjunto de habilidades envolve conhecimentos específicos que moldamo ambiente de negócios e de atuação do admi- nistrador. Destacam-se: • A construção de algoritmos, denominados como estru- turas lógicas computacionais para solução de problemas. • Amodelagemde dados para a construção de estruturas eficientes para armazenamento, extração e tratamento de dados para a gestão de marketing e negócios. • Odesenvolvimento de uma user experience que atenda às novas necessidades dos consumidores, baseadas em seus comportamentos digitais. • O domínio da complexidade de sistemas informacio- nais e suas relações com o gerenciamento de negócios nesse novo ambiente. • A capacidade de construir aplicações de forma eficiente e que equipes de desenvolvimento consigam facilmente compreender e implementar o que se denomina como engenharia de software. • A capacidade de extrair, analisar e tomar decisões, por meio de uma eficiente visualização de dados. • A construção de um mindset que consiga visualizar soluções e oportunidades de negócios pormeio do conheci- mento das inovações tecnológicas disponíveis nomercado. Comesse set de habilidades especificadas no quadro de competências da página ao lado, os administradores 4.0 serãomais competitivos para os desafios de gestão emcurso e que eventualmente surgirão. Neste sentido, esse tipo de profissional pode se adaptar ao ambiente de inovação e criar resultados mais expressivos para sua empresa, seja pela redução de custos advindos damaior eficiência de processos internos, seja pelo aumento de engajamento dos consumidores aomelhorar sua expe- riência, ou pivotar o atual modelo de negócios para se adaptar às necessidades do ambiente ou às demandas de seus clientes. Os negócios digitais são uma tendência em todos os setores. Podem acontecer por meio de startups que mudam a forma de fazer negócios, como Uber, Spotify e Netflix, ou por meio de empresas que se reinventam, como os bancos — cada vezmais digitais para se adequar ao novo cenário, que também inclui as fintechs . De acordo com o artigo The Digital Advantage: How digital leaders outperform their peers in every industry , publicado em 2017 pelo MIT Sloan of Management, as empresasmaismaduras digitalmente obtêm lucro 26% maior do que seus concorrentes. Isso porque elas con- seguem conjugar a capacidade de lançar novos aplica- tivos, campanhas e serviços digitais com a gestão de seus processos. As tecnologias digitais tambémafetam GRÁFICO 1 – % DE EMPRESAS GRADUADAS Resultados da IncubadoradeNegócios daESPM Fonte: ESPM – Base: 70 empresas analisadas até dez/2017 ■ Internet ■ Prestação de serviço ■ Agência de comunicação/design ■ Confecção ■ Turismo ■ Bar/restaurante/confeitaria ■ Comércio ■ Indústria 18,3% 15,5% 4,2% 4,2% 5,6% 7,0% 2,9% 42,3%

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