Revista da ESPM

ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 39 shutterstock Manualdaindústria4.0: comoalavancarosnegócios pormeiodainovação Hoje, o cidadãodo século21 temde lidar comuma estruturaorganizacional do século20efica submetidoaprocessos do século19. Claroque as empresas estão com problemas.Vejacomopreparar suaempresaparaembarcarna4ªRevoluçãoIndustrial Por FabioPando M uito tem se falado sobre o tema da indús- tria 4.0 e seus aspectos tecnológicos neste momentodemudançasrelevantesnocená- rio econômico e social. Mas como essas mudanças impactamodiaadiadasempresas?Oumelhor: quais os desafios da inovação e a necessidade de umnovo mindset para os executivos? Se perguntarmos para os líderes empresariais se a ino- vaçãoé importante, grandeparte responderáqueonovo, o ainda não tentado, é algo extremamente desejado. O fato équealgumasempresascarregama inovaçãoemseuDNA e contamcomequipesmultidisciplinares que trabalham diariamente nessa busca. Contudo, é relativamente simples notarmos que esse conceito, muitas vezes, não passa de umdiscurso padrão bem-intencionado. FriedrichNietzche, filósofo alemão do século 19, disse certavez: “Logoque, numa inovação, nosmostramalguma coisa de antigo, ficamos sossegados”. A inovação tem o desconhecido como resultado, que pode levar a algo com poder de amedrontar uma parte importante da população: amudança. Todos queremino- var, desde quenãomudenada doque a pessoa já conheça. Identificaralgonovosignificanãosaberaindacomolidar comasituação. Entreoutrosaspectos, éumgestodehumil- dadeassumiraignorânciadealgoqueaindanãoseaprendeu. Algumasculturasempresariaispodemconsiderarcomo fraqueza ou despreparo do executivo essa falta de conhe- cimento sobre determinado assunto. Mas, na prática, é o contrário. Desde que acompanhado da busca da compre- ensãodo tema pelo executivo, odesconhecimento é sinal deevoluçãoedeumamenteabertaanovos temas e, sobre- tudo, à falta de insegurança desse profissional. Em uma empresa, toda decisão envolve certo grau de risco, seja ele técnico, financeirooude imagemdemarca. Por isso, não é novidade que qualquer decisão de valor requeira embasamento técnico, informações precisas e rigor emsua implementação. Nãoé raro, porém, vermosmuitasdecisões sendo toma- das por executivos e gestores, sem o aprofundamento necessário e calcado muito mais pelo conhecimento de experiências passadas emoutros contextos. Baruch Spinoza, que foi um dos grandes racionalistas do século17dentroda chamadafilosofiamoderna, falava que “erronão é a ignorância pura e simples; é a ignorância da verdade completa que faz comque tomemos por com- pleta uma verdademais oumenos completa”. O conhecimento técnico adquirido em anos na aca- demia e a experiência prática são fundamentais para a inovação, mas atualmente são apenas o ponto de par- tida e não o de chegada. Énesse pontoque todas as empresas estão. Querer ino- var, utilizando como premissas conhecimentos passa- dos, leva as empresas a ter bons produtos ou serviços, no máximo. Exatamente como faz a concorrência. Parainovar,asempresasdevembuscarfontesdeinspira- çãodistantesde seusmercados tradicionais. É fundamen- tal ter umametodologia que as ajude a ver comos olhos de

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