Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 49 RevoluçãoIndustrial 4.0 eoglossárioda inovação Atenção: inovação não pode ser confundida com estratégia nem com uma fonte de ideias inventivas. Para funcionar, esse posicionamento precisa assumir a função de solucionar problemas em qualquer área da empresa Por RobertoCamanho shutterstock “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos renovando vossa maneira de pensar e julgar.” Paulo, Romanos 12:2 I novação, buzzword de destaque e valor central da sociedade moderna, hoje é um elogio. Mas, ironi- camente, no passado, em um contexto diferente ao da tecnologia, era motivo de execução. No reinado de Eduardo VI, rei da Inglaterra (1547- 1553), os inovadores ( innovators ) eram condenados à prisão perpétua e a outras punições graves. Essa con- denação era explícita no documento A Proclamation against Those that Doeth Innovate (Uma proclamação contra aquele que inovar), no contexto da época, quando havia mudança na religião e conflitos políticos, os não ortodoxos, transgressores de normas ou hereges eram qualificados como inovadores. O artigo Meddle Not With Them That Are Given to Change: Innovation as Evil (Não se intrometa comos que são dados à mudança: inovação como mal), escrito em 2010 pelo historiador canadense Benoit Godin, espe- cializado na história intelectual da inovação, revela que na Europa dos séculos 16 e 17 a inovação doutrinal era um anátema, ou seja, pena ou tipo de maldição que se efetiva com a expulsão de uma pessoa do convívio religioso ou da própria igreja. Não fique admirado pela mudança no sentido do termo “inovação”. Para o meu pai e para o famoso “pai dos burros”, o dicionário Aurélio, um carregador é um homem que carrega fardos, que faz fretes. Mas, para o meu filho, carregador é o termo utilizado para descre- ver o aparelho que serve para dar carga na bateria de um device , outro termo novo. As palavras surgem de acordo com a necessidade que temos de nos expres- sar; portanto, quanto mais inovação, mais termos são criados. Isso significa que um indicador de inovação em uma organização pode ser o número de novas palavras que são introduzidas no cotidiano por ano. Na Revolução Industrial do século 19, o termo mais associado à ciência e à indústria era a invenção técnica, embora o termo “inovação” começasse a criar raízes. As pesquisas deGodin apontamque, em1939, o foco de invenção foi mudado para inovação, a partir da definição proposta pelo economista austríaco Joseph Schumpeter, que conceituou a invenção como um ato de criatividade intelectualrealizadosemqualquerpensamento,dadoasua possível importânciaeconômica.Mas, ao inovar, asempre- sas geramnovos produtos ou processos que impactamem mudanças construtivasparao seunegócio.
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