Revista da ESPM

ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 61 Investir em robôs ou capacitar pessoas? Emdez anos, 15% das empresas brasileiras deverão atuar com base no conceito da indústria 4.0, comprocessos digitalizados e robotizados, segundo a ABDI. A pergunta é: o que fazer com amão de obra desocupada com o avanço da tecnologia? PorDeniseDelboni D esdeaépocados Jetsons , odesenho futuristada década de 1960, nos questionamos quão atra- tivo seria ter uma empregada como a Rosie, umrobô tão prestativo que nos faria esquecer de qualquermortal, pormais dedicadoque fosseno traba- lho. Imagine passar umdia semse preocupar como paga- mento de salário, encargos sociais, variação de humor, falta de iniciativa, absenteísmo e até mesmo uma possí- vel reclamação trabalhista promovida por quemconvive tão próximo de você. Essaimaginação,quepareceriaapenaspossívelnastelas da TV, vem, no século 21, tirando o sonode empregadores e empregados. Enquanto os empregadores sentema pres- são da competitividade, que temcomo principal aliada a tecnologia intensiva, os empregados estão cada vezmais preocupados coma possibilidade de perder o emprego. Até pouco tempo atrás, lugares como Porto Rico, Ban- gladesh, Malásia, República Dominicana e tantas outras localidades que frequentemente são vistas nas etiquetas das roupas que usamos eramo destino certo dos grandes empresários, àprocurademãodeobrabarataparamelho- rar os seus resultados. Eram! Isso mesmo, o verbo agora é utilizado no passado. Isso porque, o que ainda temsido alvo de crítica da sociedade, a “exploração do trabalho”, está comseus dias contados, a julgar pelo ritmo comque inovações no campo da tecnologia têm invadido o cená- rio produtivo em todo omundo. Háquasecincoanos, por exemplo, aempresa taiwanesa Foxconnjádivulgavasuaintençãodeadotarrobôs,emsubs- tituição ao trabalho braçal demilhares de trabalhadores contratados para suas fábricas instaladas no interior da China, onde o custo da mão de obra figura entre os mais baixos do mundo! Em declaração recente, a gigante dos componenteseletrônicosdeixou transparenteasua inten- ção de reduzir, ainda este ano, o seu quadro de funcioná- rios naChina—de 60mil para 50mil empregados. Como a fabricantedo iPhone fará isso, semperder produtividade? Com a ajuda da robótica! De acordo com notícia recente publicada no site www.tecmundo.com.br , a companhia irá promover a substituição de dez mil postos de traba- lho, pormeio de uminvestimento deUS$ 342milhões na construção de máquinas e robôs, em vez de promover o desenvolvimento humano. Essa familiaridade comrobôs não está circunscrita aos chinesesouapenasaospaísespioneirosempesquisaseuti- lizaçãoda tecnologia. NoBrasil, embora compoucos seto- res realmentecompetitivos emescalaglobal, vimos sendo surpreendidos a cada dia por itens da chamada 4ª Revolu- çãoIndustrial—quecorrespondeaumperíododetransição paraahumanidade, domesmomodocomoocorreucomas revoluções anteriores, a partir do surgimentodamáquina a vapor, da eletricidade e da internet. Em comum, essas inovações carregam no currículo a capacidade de mudar omodo como são fabricados e ofertados novos produtos. Achamada indústria 4.0 refere-se a umanova lógica de produção, que nasceu na Alemanha, em 2011, e deu iní- cio ao processo de digitalização da operação industrial. Aunião do conceito de internet das coisas coma automa- tização industrial leva inteligência à manufatura e a um universo de possibilidades para diferentes fabricantes. Investindopesadoeminteligênciaartificial, a IBMcriou a plataformaWatson, que já está por trás de nossa rotina,

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