Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 67 biológica, química, entre outras. E que, para tanto, o papel do governo parece fundamental. Empaíses como Alemanha, Estados Unidos e França, a indústria 4.0 já é uma realidade e recebe amplo apoio de seus gover- nos, que tratamo assunto como uma questão de Estado, incentivando o seu desenvolvimento. OrganizadopeloMinistériodaIndústria,ComércioExte- rior e Serviços (MDIC), o governo traçou o plano Agenda Brasileira para a Indústria 4.0 , no início deste ano, que visa oferecer oportunidades para que as empresas aprendam sobre a necessidade de inovação produtiva e obtenham financiamentopúblico(combaixastaxasdejuros)paraque semodernizeme tragaminovaçõesaopaís. A expectativa é que, em dez anos, 15% das indústrias atuem no conceito da indústria 4.0, que se dá principal- mentepormeiodadigitalizaçãoeda robotizaçãodospro- cessos. Hoje,menos de 2%das empresas brasileiras estão inseridasnesseconceito, comorelataaAgênciaBrasileira deDesenvolvimento Industrial (ABDI), ligadaaoMinisté- rio da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, na repor- tagem Para garantir competitividade, empresas brasileiras se adaptamà indústria 4.0 , publicadano jornal OEstado de S.Paulo , em15 de janeirode 2018. Parecerealmenteínfimaessaexpectativadiantedofato dequealgunspaísesjáestãoadotandoodiscursodaRevolu- çãoIndustrial5.0.Issomesmo!Nessanovaera,aimpressão 3Dparecesinalizardemodomaisafoitoparavantagensde custo, os ganhos de produtividade e a economia de tempo, critériosimportantesparaadecisãosobrenovosinvestimen- tos na economia. A questão é que, na fase atual da Revolu- ção 4.0, a impressão 3Dainda está aparentemente restrita àprototipagemeà fabricaçãodepequenos lotes. De acordo com alguns pesquisadores, em um futuro próximo as impressoras 3Dpoderão assumir papel cen- tral e até mesmo estratégico na fabricação. Particular- mente no processamento de plásticos, esta tecnologia já permite impressão com precisão, alta qualidade e confiabilidade, a um custo de produção comparativa- mente baixo. Mas ainda pode apresentar pontos fortes em áreas nas quais a manufatura convencional atinge seus limites, como personalização de produtos, cria- ção de design (para sapatos, óculos e outros produtos), substituição do uso demetais por outros polímeros, que permitem mais possibilidades em geometria e estru- turas antes improváveis. Hoje já é possível reconhecer quais materiais estão sendo usados nas impressoras e configurar os trabalhos de acordo, enquanto para uso industrial uma única interface pode controlar várias impressoras, selecionando, agrupando, enfileirando, monitorando, imprimindo e agendando ordens de ser- viço simultaneamente. Alémdisso, eles podemnotificar automaticamente os usuários caso uma impressora pre- cise de suporte, integrando suavemente a impressão 3D no fluxo de trabalho e aproveitando aomáximo a tecno- logia. “ The combination of mature hardware, reliable and agile software and accessible skills is about to transform tra- ditional manufacturing as we know it ”, alerta Paul Heiden, no artigo Industrial Revolution 5.0: The Quiet Revolution, publicado pela Global Manufacturing. InquietoficariaHenryFordque, no iníciodo século20, acreditava na ideia de fabricar um carro que pudesse ser comprado pelos próprios trabalhadores, desde que bem remunerados... Agora, aplicando esse pensamento para umpossível futurocomproliferaçãode robôsnas fábricas, oquediriamosempresáriossobre tantapreocupaçãocom competitividade? Afinal, se amoda pega, nemmesmo os economistas poderão explicar como vender bens e servi- ços para tantos futuros desempregados! Denise Delboni Advogada e sócia da Delboni Advogados Associados e professora universitária da ESPM, FGV e FAAP NaRevolução Industrial 5.0, a impressão3Ddeve receber mais investimentos, por contadosganhosdeprodutividade edaeconomiade tempoqueessa tecnologia representa shutterstock
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