Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 77 Queméojovemprofissional dianteda4ªRevoluçãoIndustrial? Na era digital, a aposta é que a criatividade e os soft skills serão os elementos mais buscados pelas empresas em termos de comportamento e competência profissional. Você está preparado para encarar esse novomundo? Por SofiaEsteves A ntes de responder a esta pergunta, que tem causado grande inquietação no universo do trabalho, é preciso entender como chegamos até o conceito 4.0, que ilustra anova revolução industrial. Ocorrida entre o meio do século 18 e meados do século 19, a primeira revolução mecanizou a produ- ção. Já a segunda trouxe a produção emmassa, enquanto a terceira automatizou a produção a partir da metade do século 20. Agora, no século 21, a 4ª Revolução Industrial é resultadoda fusãode tecnologias que faz comque as esfe- ras física, digital e biológica sejam permeáveis umas às outras, segundo Klaus Schwab, fundador do Fórum Eco- nômicoMundial (FEM). Isso significa que em pouco tempo cerca de 35% das habilidades consideradas importantes na força de tra- balho da atualidade terão mudado. Novas tecnologias como inteligência artificial, blockchain e impressora 3D vêm alterando rapidamente a natureza e os tipos de trabalho em diferentes setores. Mudanças nos padrões culturais e sociais, também impulsionadas pela tecno- logia e pela sociedade em rede, além da produção e dis- seminação de bens materiais e simbólicos, nos fazem viver de modo acelerado. Percebemos o tempo de outra forma. Aconfiguração dos desdobramentos dos negócios participa desse processo de mudança, para que possa sobreviver nesse mundo VUCA que se apresenta: cada vezmais volátil, complexo, incerto e ambíguo. Tudo isso está transformando não apenas a forma como vivemos, mas — e principalmente — amaneira como trabalhamos. Somosdesafiadosaencontrarrespostasquenãoestãonos livros,nemnoGoogle,anavegarnaincertezaeaorquestrar o caos. Viveremosmais, trabalharemosmais, faremos do incertoa rotina. Nesse cenário, aprender aaprender seráa única forma para sobreviver a esses novos tempos. Então, diante de tudo isso, qual será o perfil do jovem profissional? Uma coisa é certa: soft skills serão os ele- mentos mais buscados em termos de comportamento e competência. A criatividade, por exemplo, será uma das três habilidades mais requisitadas, segundo o levanta- mento do Fórum Econômico Mundial. Afinal, os robôs podem nos ajudar a chegar aonde queremos ser mais rápidos, mas eles (ainda) não podem ser tão criativos quanto os humanos. Uma pesquisa feita peloConselhodaAgendaGlobal do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do software e da sociedademostra que a escuta ativa, habilidade básica atualmente, irá desaparecer. No entanto, a inteligência emocional se tornará uma das principais habilidades necessárias para todos. Odesenvolvimentode competências socioemocionais será cada vezmais valioso. Isso porque ser capaz de lidar com as próprias emoções, ter autoconhecimento, traba- lhar com os outros, saber definir e gerenciar projetos de vida determinam se uma pessoa tem ou não potencial para crescer profissionalmente. Acelerar o desenvolvi- mentodessas habilidades se torna cada vezmais urgente. Jovens de ontem versus jovens de hoje Quandoolhamosparaomercadoalemão, emquea revolu- ção digital émais contundente, percebemos que o profis- sional de destaque não é necessariamente o que domina a tecnologia, mas simaquele que consegue orquestrar a
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