Revista da ESPM
COMPORTAMENTO REVISTA DA ESPM | ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018 82 domingo à noite emau humor crônico na segunda-feira pela manhã, porque o trabalho era um fardo pesado e dissociado da vida feliz. Aconvergênciadastecnologiasfísica,biológicaedigital deu início àmais profunda revolução que a raça humana já viveu. Achamada 4ª Revolução Industrial é o início da transformação do mundo. Muitos não acreditaram que seria um tsunami tão devastador e hoje já reconhecem o fato como ummovimento que veio para ficar. Atualmente, 100% das empresas debatem a inovação e a era 4.0 e questionam sua sobrevivência em tempos digitais e disruptivos. Uma nova categoria toma espaço no trabalho: os freeworkers , compostos em sua maioria por jovens. Eles serão 50% até 2020 e irão representar 75% da força de trabalho do mundo até 2025. Composta em sua maioria por millennials , são hypsters , informais, tatuados, barbudos, profissionais autênticos que tro- caram o terno por jeans, o sapato por tênis e a hierar- quia por ecossistemas colaborativos. Homens, mulhe- res e muitos gêneros unidos por um mundo melhor. Mulheres incríveis ocupando esferas até então mas- culinizadas e mostrando mais competência. Receitas glamourosas e planos românticos de vida substituídos por jornadas com propósito e negócios de impacto. Somos uma população sem idade, sem gênero, sem cor e sem preconceito. Esta é a cara da nova geração. Não importa o que você tem, de que família veio, onde estudou, e sim o que é capaz de aprender e fazer para transformar o mundo. O jovem atual representa o trabalhador do novo mundo, que não aceita ser confinado, nem se rende a premissas de sobrevivência, negociação de valores morais, controle ou liderança ruim. Ele rejeita hierar- quia, carreiras quadradas, vida vazia. Não cogita ser escravo ou refém do dinheiro, de se encaixar em uma vida limitante e baseada no que os outros julgam ser importante. Geralmente, são pessoas bem formadas em termos humanos (nãome refiroaescolaoucondiçãosocial). Têm caráter, personalidade e coragemde romper paradigmas e padrões preestabelecidos. Decidem cedo a vida que desejam, encaramas limitações das gerações anteriores e têmambiçõesousadasdemudar omundoe se reforçam quando encontrampessoas damesma tribo. São cidadãos do planeta, falam mais de um idioma, viajam, plugam-se a ecossistemas diferentes, encaram papéis diversos pela experiência e, de tudo que vivem, extraemumaprendizado. Já entenderamque terãomais de uma carreira, que podem ter mais de um trabalho ao mesmo tempoepodemcompor sua rendacomdiferentes receitas. Vivem com pouco, mas vivem intensamente. Acham ostentar cafona, apostam em um mundo com significado, não empoder, fama ou status . São inteligentes, articulados e destemidos. Cons- trangem pessoas de qualquer nível executivo com sua desenvoltura. Têmumidioma digital, universal, próprio. São desapegados, conectados e extremamente ágeis. Fazemmil coisas aomesmo tempo, trocam, comparti- lham, se ajudammutuamente e trabalham em grupo. Para o trabalho, elegemprojetos comcausa, empresas comambição social. Exigemhorários livres, locais de tra- balhodescolados, boa liderança. Naaparência, sãoautên- ticos enão fazemnenhuma questãode parecer oquenão são. Não têmmedo de dizer que não sabem sobre algum assunto,masque irãoaprender. Eaprendem.Questionam regras tolas, quebramparadigmas, sugeremo impensável. Ficar confinado significa tornar-se improdutivo e parar de aprender, mesmo que o ambiente mude de tempos em tempos. Estar exposto ao mercado aberto nos faz desenvolver inúmeras habilidades, já que um dia é completamente diferente do outro. Ao observar padrões coletivos, vejo que há umêxodo domundo corporativo de pessoas de todas as idades. O modelo não nutremais as necessidades humanas. Pes- quisas apontam alta taxa de suicídio entre os jovens pelo mundo, por rejeição ao universo de trabalho nos moldes ultrapassados. Por que insistir em um modelo que já provou não atender mais a sociedade? Home working , cafés, labs e coworkings são espaços de trabalho cada vez mais comuns. Para essa tribo, a vida é sagrada e o dinheiro é uma ferramenta e uma consequência de um trabalho bem-feito. Para essa tribo de jovens profissionais, a vida é sagrada e o dinheiro é uma ferramenta e uma consequência de um trabalho bem-feito
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