Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 87 real com potencial de escala. E para que uma startup tenha esse potencial ela usa a tecnologia para obter escala. Revista da ESPM —Que tipo de asses- soria o Cubo presta para atrair investi- dores para as empresas? Flavio — Nós fazemos a aproximação com os grupos de venture capital [capi- tal de risco]. Se a empresa está pronta para investimento, nós apresentamos uma série de investidores para ela. Nós trabalhamos na curadoria, nãono plano de negócios. Ou seja, fazemos seleção. E escolhemos hoje 55 dentre mil e poucas. Se nós ganhamos rele- vância, reconhecimento do mercado, é por causa dessa curadoria. Revista da ESPM — O bom e velho business plan perdeu relevância? Flavio — Hoje, para uma startup, é mais importante mostrar um produto na mão de um cliente satisfeito e si- nais de futuros negócios sustentáveis do que um calhamaço de 50 páginas mostrando umplano de negócios. Revista da ESPM — Mas muitas em- presas se vendem em planilhas com po- tencial de crescimento versus investimen- to emuma determinada curva de tempo. Flavio — Isso é uma falácia. Usava-se o business plan , antigamente, quando a empresa nem era operacional. Para fa- bricar um avião verificava-se a quanti- dade de capital e o tanto de tempo para sair o produto. Aí faz sentido. Mas aqui no Cubo falamos em startups. Por isso é importante definir o que é startup: a empresa que resolve um problema real com potencial de volume. Escala nomundo se obtémou com tecnologia ou com muito dinheiro. Como nor- malmente as empresas não têmmuito dinheiro à disposição, praticamente todas as startups usam tecnologia comomeio para obter escala. Para isso precisa-se de pouco dinheiro para usar aquela tecnologia, para atingir deter- minado cliente, mercado ou feedback . O investidor que vai pôr dinheiro não utiliza o business plan , ele vê o produto e seupotencial de retorno. Revista da ESPM — Um dos temas mais relevantes para a indústria 4.0 — com particular interesse em grandes empresas do mercado financeiro — é a tecnologia do blockchain (protocolo de segurança criptográfica em que se ba- seiam as moedas virtuais). O Cubo está acompanhando de perto esse mercado emergente de startups? Flavio — Eu tive uma empresa block- chain de 2014 a 2016 [Bitinvest, vendi- da para a Foxbit] e estudo esse assunto desde 2010. Blockchain é um meio de buscar a solução para umproblema, de maneira indireta. É um protocolo, en- tre muitos outros. Antigamente, quan- do se fazia uma comunicação, uma mensagem, era preciso escrever cem cartas, usar cem selos, cem envelopes e despachar pelo correio. Depois, mais tarde, passamos a usar o protocolo SMTP de e-mail. Você conseguia man- dar a mensagem, de graça, sem custo, de imediato. Os protocolos têm a ca- pacidade de transformar processos onerosos, demorados, em gratuitos e imediatos. Isso foi com o SMTP, o tele- fone e assim por diante. O blockchain vem fazer isso com uma transação, qualquer uma, não necessariamente bancária. Esse novo protocolo tem a vantagem de transformar as transa- ções demoradas e caras em um arco de soluções imediatas e gratuitas. É uma solução que ainda não encontrou umgrande problema para resolver. Vai acontecer,mas ainda é um laboratório. Falta umgrande casoprático. Revista da ESPM — Quem deverá abraçar primeiro o blockchain ? divulgação OCubo temhoje55startups, quedesenvolvemnovosmodelos denegóciospara asmaisdiversasáreasda economia. Nanovasede, quatrovezes maior quea atual, onúmero deprofissionais deverápassar de 600para trêsmil pessoas
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx