Revista da ESPM

ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 89 mais interesse pelo trabalho de aproxi- mação entre empresas e investidores? Flavio — Não prevíamos um trabalho tão intenso. No Cubo há 55 startups. E isso gera novas oportunidades de negócio. Nosso foco está correto quando a startup está dando certo. Nosso foco é botar as startups na porta das empresas. Se a startup vai dar certo ou não, não é o caso. Nós facilitamos o acesso. Revista da ESPM — O Cubo está mudando para uma sede quatro vezes maior. O objetivo é quadruplicar o nú- mero de empresas incubadas? Flavio — Queremos aumentar subs- tancialmente a quantidade de em- presas incubadas, mas o importante mesmo é aumentar o potencial de “esbarrões” pelo corredor que possam gerar valor. O Cubo vai passar de 600 para três mil pessoas instaladas aqui. O que vale é densidade. Se tenhomais densidade e inovação, mais negócios têm chances de aparecer. O que que- remos é atrair mais pessoas de cabeça aberta para fazer negócios. Revista da ESPM — Em algum mo- mento, a empresa é convidada para caminhar com as próprias pernas? Flavio — Oito empresas foram con- vidadas a sair e 22 empresas saíram porque cresceram e não fazia mais sentido estarem fisicamente aqui ou não seguiam a vocação do Cubo. Revista da ESPM — O que está no ra- dar na hora de definir quem entra aqui? Flavio — Seguimos cinco grandes va- riáveis: indústria 4.0, varejo, educação, saúde e mercado financeiro. Mas há campo para outras áreas, como recur- sos humanos e inteligência artificial. Revista da ESPM —O que falta para o Brasil ser mais investidor e turbinar esse ambiente de startups e inovação? Flavio — Estou trabalhando aqui há dois anos e meio e vimos que o grau de investimento está di- minuindo. O ambiente não ajuda: a toda hora novas denúncias de corrupção, ex-presidente sendo preso, economia em recessão. Nós precisamos de estabilidade, sem mais sobressaltos. Antes da crise, os shoppings estavam lotados por- que se acreditava no futuro. Revista da ESPM —A cultura econômi- ca patrimonialista doBrasil atrapalha? Flavio — Para uma empresa grande, uma boa estratégia é comprar uma startup e dar autonomia para que ela introduza novas ideias. Adoro essa estratégia, mas acontece pouco. Revista da ESPM — Falta esse impul- so por inovação nas grandes empresas? Flav io — Há muito estresse por inovação. Mas a maioria não sabe como fazer. Muitas empresas têm como meta aplicar parte da receita obtida em inovação, um percentual de 5% ou mais. Essa é a estratégia tradicional. Comprar uma startup é mais ágil. Revista da ESPM — Como podemos dar mais fluidez na relação entre gran- des empresas, investidores e startups? Flavio — Como no Vale do Silício: tra- balhar a questão da plataforma aberta. Quanto mais a plataforma for aberta, mais oportunidade de uma indústria fazer umnegócio de startup gerar uma solução. Educar o mercado, para livre fluxo de ideias inovadoras. Se aquele produto é útil para sua empresa, com- pre a startup inteira. Toda grande empresa temescala e execução, porém falta velocidade. Mas no momento emque você junta a grande empresa coma startup, a primeira ganha velocidade e a outra conquista investimento e, consequentemente, escala shutterstock

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