Revista da ESPM
ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 91 Q uandopensamosnoque somamos conceitos deempreendedorismoedeinovaçãonaprática, amemória nos traz as startups, que utilizam intensamentea tecnologiaemseusnegócios. As novas empresas, geralmente, nãopossuemtodos os recursos necessários ao crescimento, tais como espaço físico, pessoas e fundos, nem a confiabilidade e a legiti- midade que o conhecimento, a experiência e amarca das grandesempresasconquistamaolongodosanos—criando, produzindo e fornecendo novas tecnologias ou produtos de qualidade aomercado. Para as startups, é aindamais difícil superar essas res- ponsabilidades de novidade e pequenez, pois, conforme asdefiniçõesdeSteveBlank, EricRies ePaulGraham, elas são associadas com: —Agilidade e crescimento rápido. —Ummodelodenegócios repetível, escalável e lucrativo. —Desenvolvimento e/ou fornecimento de produtos e/ ou serviços em condições de extrema incerteza. — Potencial de excelente retorno sobre o investimento. Onde, então, está amagiade comoas startups superam tais dificuldades? No modelo de gestão 4.0 das startups, cujo DNA é formado por conceitos como os de transparência das informações, autonomia na tomada de decisões, resi- liência perante as dificuldades, flexibilidade na gestão e relacionamento próximo com o consumidor e com os demais interessados do ecossistema. Esses conceitos, somados ao uso de novas formas de competir, oumelhor, de “coopetir” no mercado, mostram que as startups já nascemdigitais e comuma “Cultura 4.0”. Alinhadas com a economia do século 21, elas utilizam as novas tecno- logias e os novos modelos de negócio como ferramenta para melhorar a experiência do cliente. Sim, já nascem digitais, mas o que podemos destacar na forma de ser e agir 4.0 das startups? Cada empreendedor tem seu próprio estilo, perfil e comportamento e cada startup possui propósitos, visão e modelo de negócios diferentes e preferencialmente únicos para competir nummundo tão volátil, incerto, complexo, ambíguo e acelerado. Há, porém, alguns aspectos que são comuns às startups bem-sucedidas e que podemos destacar a seguir: · Geralmente, partem de uma mentalidade de fundador, com um ou dois sócios, equipe pequena, multifuncional, competente, comprometida, focada e motivada. · Opropósito, a visão e os valores são compartilhados, con- siderando respeito, transparência e excelênciana execução. · No planejamento, utilizam metodologias como design thinking , modelagemde negócios e startup enxuta ( lean ) em recursos, processos... · No desenvolvimento do produto, considerama interação contínua como cliente e utilizamumprocesso científico, leve e iterativo por experimentação: construir, medir e apren- der — na geração de protótipos e produtos minimamente viáveis, onde a falha é uma opção. · A “pivotagem”, ou seja, uma mudança estratégica de alguns elementos do modelo de negócios, pode ocorrer mais de uma vez. · Buscam o crescimento sustentável, mas com velocidade, inovação e transformação contínua. · Utilizampoucas métricas, porémessenciais para o acom- panhamento e a gestão. · Obtêm recursos financeiros por meio de rodadas de inves- timentomedido combase em evidências de que os marcos foram atingidos, apresentados em relatório de progresso. · Utilizamnovas tecnologias de forma intensa, como: com- putação emnuvempara uso, gestão e disponibilização de aplicações, dados e relatórios; fornecimento de acesso via dispositivos móveis; mídias sociais na estratégia demarke- ting digital e de comunicação com o cliente; interfaces de programas de aplicação (APIs) para acesso à infraestru- tura, integração com sistemas diversos, uso e disponibi- lização de informações; impressão 3D para prototipação física; inteligência artificial e big data para otimização de uso de dados emelhor interação como cliente; internet das coisas para acessos a sensores, máquinas e robôs; reali- dade virtual e realidade aumentada para simulações etc.
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