Revista da ESPM

ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018| REVISTADAESPM 93 Isso pode ser feito de duas formas: por meio de peque- nas equipes de startup interna, ou seja, grupos multi- funcionais focados em testar suposições sobre novos produtos em potencial commetodologias ágeis, recur- sos enxutos e produtosmínimos viáveis; ou interagindo com startups externas, combinando os pontos fortes de cada lado para juntas criarem um valor substancial e alcançar seus objetivos com sucesso. A evolução do ecossistema de startups O Brasil é um país de muitas oportunidades, conta com o colossal tamanho de seu território e de sua população, ou seja, um grande mercado, além de ter muitos problemas de infraestrutura e outras áreas esperando por soluções. Empreender por aqui implica complexidade com a arrecadação de altos impostos e taxas, burocracia desde o momento de abertura da empresa, pouca parceria efetiva com universidades, dificuldade de encontrar colabora- dores preparados, além de baixa disponibilidade em financiamentos e capital de risco. Essas razões culturais ehistóricas exigiramdoempre- endedor brasileiroodesenvolvimentode enorme capaci- dadede improvisaçãoparacontornar seusproblemas. Ele temfama de ser tão “criativo” e bemrelacionado, porém, no geral, não se destaca nos campos científico e tecnoló- gico, o que o tornamais empreendedor do que inovador. Desde o lançamento do livro Empreendedorismo Inova- dor: comocriar startupsde tecnologianoBrasil (EditoraÉvora, 2012), esperava-se ver oBrasil comoumanaçãoempreen- dedora e inovadora, contando com incentivos governa- mentais, bases de conhecimento científico de universi- dades e presença de capital de risco. Isso aos poucos vem se tornando realidade, pois: · Ogoverno temlançadoprogramasnacionaisdeapoiopara startups, como Fundo Criatec, Startup Brasil, Inovativa Brasil, Finep Startup, Conexão Startup-Indústria, além de programas estaduais e, emalguns casos, municipais. · Universidades como a USP, a Universidade Federal do ABC (UFABC) e tantas outras têm lançado cursos, núcleos de empreendedorismo e eventos focados em startups. E as incubadoras estãomais ativas. · No mercado, as aceleradoras estão mais maduras, assim como seus processos debusca, treinamentoe lançamentode startups, bemcomoo relacionamentocominvestidores-anjo e fundos de capital de risco. · Muitas empresas de grande e médio portes têm buscado interagir com as startups de diversas formas, incluindo eventoscomprêmios, hackathons ,programasdeplataformas paradesenvolvedores, espaços de coworking , incubadoras, aceleradoras e parcerias de negócios. · Surgiramnovos livros e eventos sobre o tema, treinamento presencial e on-line, encontros presenciais de empreendedo- res ( meetups ) emuitos produtos/serviços inovadores lança- dos comsucesso. Hoje vemos um Brasil commuitos exemplos de star- tups vencedoras, cujos modelos de gestão podem servir deexemploparaempresas tradicionaisestabelecidas, que buscaminovar de forma ágil, utilizandomenos recursos para atingir melhores resultados. Nei Grando Mestre em ciências pela FEA-USP com MBA pela FGV, organizador e autor do livro Empreendedorismo Inovador: como criar startups de tecnologia no Brasil , mentor de startups, consultor, professor e palestrante sobre inovação e negócios shutterstock

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