Revista da ESPM

REVISTA DA ESPM | ABRIL/MAIO/JUNHODE 2018 98 SWOT4.0: ameaçaseoportunidades paraonegóciodaeducação Cerca de 40%das empresas domundo irão sumir emdez anos, por conta do crescente número de aparelhos conectados: serão 50 bilhões de aparelhos conectados na internet das coisas em2020 e 500 bilhões em2030. Oque aprender e que profissão seguir neste cenário de constantemudança? Por Emmanuel Publio Dias e Fernando Nahat Jardim ENSINO D e todos os setores afetados pela revolução da indústria 4.0, o segmento da educação cer- tamente será um dos que mais rapidamente terão de se adaptar ao novo cenário. Isso porque esse tipo de negócio — principalmente no ramo da educação universitária — terá de, obrigatoriamente, mudar o modo como atua e entrega seus produtos e ser- viços para ficar de acordo com as novas exigências de seus dois polos de atendimento. Por um lado, a demanda da indústria 4.0 por profissionais para suas atividades segue o mesmo ritmo disruptivo com que foram altera- das suas linhas de produção e distribuição. A maioria das profissões e as habilidades necessárias para traba- lhar na indústria 4.0 dos próximos dez anos ainda não existemou sequer são regularmente ensinadas. De outro lado, temos o estudante, cuja busca de umbomdiploma numa boa universidade que lhe garanta acesso prefe- rencial ao mercado de trabalho vem sendo rapidamente substituída pela formação prática, rápida emais barata, por meio de inúmeros canais alternativos dentro e fora do ensino superior formal. Nota-se que um fator alimenta o outro. O resultado é que as universidades e instituições de ensino buscam adaptar-se ao que a sociedade e osmeios produtivos lhes demandam, ainda que a custo de sacrificar suas tradicio- nais formas de ensino, baseadas na entrega de um con- teúdo programático estruturado emáreas específicas de ensino e os diversos graus de aprendizado. NoBrasil, o ensino superior regulamentado peloMEC, criouumaculturacorporativa,uma“TorredeMarfim”,como diz o próprio Capes emdocumento citadomais adiante. Voltadaparaseusprópriospúblicosevalores,quasesem- pre,distantedarealidadedomercado,produziuumexército debacharéis,mestres edoutoresdesempregadosou traba- lhando em atividades distantes de sua formação, mesmo considerando omercado de trabalho tradicional. Quando se fala das demandas da indústria 4.0, o gap é aindamaior emais grave, permitindo o surgimento de instituições de educação profissional e treinamento fora do ensino regu- lamentado, que têm sido amplamente prestigiadas pela empresas4.0.Isso quandoelasprópriasnãocriamseuspro- gramasde treinamentoe formação, como fezaAccenture, ao lançar aGamaAcademy, escolaqueselecionaecapacita talentosnas áreasdedesenvolvimento, design,marketing evendaspara trabalharnomercadodigital (http://accentu- redigitalsquad.gama.academy).

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