Revista da ESPM
PANORAMA REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018 12 o índice de confiança dos brasileiros na imprensa chega a 60%, o segundomais alto domundo, após a Finlândia. Segurança de marca Como reputação se tornou o bem mais precioso das empresas, cuidar da imagem significará cada vez mais inspecionar onde amarca está sendo exposta. Os escân- dalos doYouTube, no qual anúncios de empresas se asso- ciavam a páginas xenófobas, homofóbicas ou mesmo de apoio ao terrorismo, estarão longe de acabar. Os veí- culos profissionais, sejam os analógicos ou os digitais ligados a marcas respeitadas, tendem a se beneficiar desta crescente preocupação. Assim, os espaços liga- dos a marcas de mídia reconhecidas serão não apenas ainda mais decisivos para a construção do posiciona- mento institucional como provavelmente a última trin- cheira da segurança de marca. Receitas O fenômeno está emmarcha e se aprofundará. Uma fatia amplamentemajoritária das receitas demeios impressos virá diretamente dos consumidores. Em2016, a indústria de jornal faturou robustos U$ 153 bilhões, dos quais U$ 85,5 bilhões — já amaior parte — comas receitas de circu- lação. Informação de qualidade tempreço e, assimcomo ocorreu na indústria da música, mais e mais consumi- dores irão se dispor a pagar por experiências melhores e, no caso da mídia, se desviar das arapucas informati- vas. A mudança será acelerada pela percepção de que a publicidade digital não é capaz, por si só, de sustentar os padrões de qualidade exigidos pelos consumidores. Native advertising Por sua capacidade de produção, viés jornalístico e abor- dagem multimídia, os jornais tendem a ampliar sua atividade como centros de publicidade nativa — aquela elaborada com conteúdos reais e que prestam um ser- viço ou uma experiência diferenciada ao usuário. Essa publicidade, que dispensa o uso das plataformas origi- nais dos jornais para se difundir, será um contraponto à superficialidade, ao escasso engajamento e à baixa eficácia do modelo atual que vigora em sites e redes sociais. Os jornais prestam um serviço adicional ao defender a tradição de deixar claro para o púbico o que é publicidade e o que é conteúdo editorial próprio, uma misturança que encontrou seu ninho nas redes. Essa diferenciação reforçará ainda mais a legitimidade dos jornais — para produzir publicidade nativa e informa- ção jornalística sem conotação comercial. shutterstock Até o advento da internet, a credibilidade informativa era ummonopólio natural dos jornalistas e veículos de comunicação profissionais
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