Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018| REVISTADAESPM 27 frequente e profunda. O senhor poderia detalhar as vantagens evidentes que estão surgindo a partir dessa integra- ção? (Um exemplo foi a participação da cantora Ivete Sangalo no Domingão do Faustão . No camarim, pouco antes de entrar no palco, ela avisou seus se- guidores que iria participar de um dos quadros do programa e a audiência aumentou significativamente). Duarte — A televisão é, sem dúvida, o device mais usado para consumir a programação televisiva em todo o mundo. Quando as pessoas assistem à TV e usam um device móvel ao mes- mo tempo, a TV é o coração da expe- riência multitela, o que passa na TV influencia o que acontece nos outros devices . O Domingão do Faustão tem uma audiência média de mais de 18 milhões de pessoas por minuto. Não negamos a importância de outras for- mas de comunicação com o público, mas não podemos esquecer que uma das características da TV é o efeito que ela tem sobre as demais mídias, tornando-as mais efetivas. Assim, fica muito difícil separar a audiência gerada por seguidores da audiência gerada pelas chamadas feitas para o quadro, ao longo da programação. Revista da ESPM — Especula-se no mercado que o faturamento do Google em 2016 teria sido de R$ 8 bilhões. Isto significa que a participação do Google e de outros grupos da internet dentro do bolo publicitário é bem maior do que se imagina. O senhor poderia comentar este assunto? Duarte — Pelas informações que temos do mercado, este número não chega à metade do valor citado. Mas, como não existe transparência neste setor, qualquer valor prevalece. Ao contrário do que ocorre com os de- maismeios de comunicação. Revista da ESPM — Falando agora do mercado publicitário brasileiro no seu conjunto, como o senhor interpreta as mudanças ocorridas na participação dos principais veículos nos últimos anos, enquanto a TV manteve a sua força? Qual é o segredo da TV para conservar a sua empatia com o telespectador? Duarte — Os anunciantes confiamna eficiência da TV aberta como dinami- zadora de negócios. Isso é resultado da qualidade de seu conteúdo e da sua forte presença na vida dos brasileiros. A televisão é ummeio comalto índice de confiança. As pessoas acreditam no que aparece na TV. Aomesmo tem- po, é ummeio emocional por excelên- cia e é imbatível para contar histórias. As pessoas se envolvem com o con- teúdo da TV, e isso as aproxima, gera assunto e engajamento. Tudo isso é potencializado pela simultaneidade do consumo — o conteúdo fica mais interessante quando mais pessoas assistem ao mesmo tempo e podem conversar sobre ele. Há também a importância cultural, a relevância do conteúdo e a gratuidade. Revista da ESPM — Diversos estudos apontam que muitos telespectadores dividem a atenção entre assistir TV e navegar nas redes sociais ao mesmo tempo. Como a Globo avalia esse tipo de comportamento? Duarte — Esse é um comportamento natural, dada a tecnologia à qual temos acesso hoje. E, na verdade, ele reforça uma característica que sempre esteve presente: as pessoas, sempre que puderem, vão preferir ver TV ao vivo. Isso porque o “ao vivo” possibilita ao telespectador conversar com a família e amigos AinternettemsidoumagrandealiadadaTVaberta.EnquantoassistemàTV,as pessoasusamodevicemóvel,masaTVésempreocoraçãodaexperiênciamultimídia shutterstock
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