Revista da ESPM
REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018 34 Enredamentos sociais Comuma lógica de negócio que põe sentimentos como ódio, rancor, preconceito e xenofobia acima da razão, as redes sociais sabotarame ainda sabotama imprensa livre e independente. Ademocracia se enfraquece. Agente se infantiliza. Emuitos ainda festejam Por EugênioBucci SOCIEDADE H á tempos venhomartelando amesma tecla: eu não tenho Facebook. Aprimeira vez que escrevi isso, numartigo para a revista Época , em 2012, vieram reações furiosas. Alguns perguntavam, irados, como é que uma pessoa que não está nas redes sociais pode dar aula de jornalismo. Fiquei impressionado com a carga emocional dos desaforos. Ao mesmo tempo, eu já sabia que não poderiam ser diferentes. O ambiente digital virou uma torrente de intolerância. Naquele tempo, há uns seis anos, tive von- tade de responder,mas passou. Se fosse responder, eu diria que uma pessoa pode muito bem não se associar às redes sociais e, ainda assim, ou por isso mesmo, estudar comatenção o que se passa comelas e dentro delas. Mesmo semrespon- der, passei a escrever mais sobre o assunto. Passei a ler mais a respeito. Passei a conversar compessoas adictas desse negócio. Muito do que segue talvez seja repetido em relação a outrasmanifestações que já publiquei, como os artigos Por que nunca entrei no Facebook (presente na edição de11 junhode2012da revista Época ) e Não, eu ainda não tenho Facebook (ediçãode 11 de novembro de 2016 da revista Imprensa: Jornalismo e Comunicação ) e o mate- rial Pós-fatos, pós-imprensa, pós-política: a democracia e a corrosão da verdade (que foi tema de uma palestra para oCicloMutações, apresentada emnovembrode 2017).
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