Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018| REVISTADAESPM 47 ESPN, que viabilizaram toda a ação com base no conteúdo. Foi uma cam- panha sem mídia específica, jun- to com duas marcas bem grandes, misturando publicidade, memória e notícia. Como mídia, não foi um grande investimento, mas teve uma imensa repercussão. E foi muito legal porque, mesmo saindo da criação, todas as áreas da agência tiveram de participar ativamente na construção criativa da campanha. Revista da ESPM — Que outro case você destacaria? Rodrigo — O caso do Itaú como marca host do Rock in Rio. O maior patrocinador do maior festival do mundo ser uma marca de banco foi algo inédito. Na ocasião, nós tivemos uma situação muito interessante de uso de dados com o cancelamento de última hora do show da Lady Gaga. Então, nós perguntamos ao público o que eles queriam e até Raimundos apareceu como resposta, o que nin- guém jamais iria imaginar. Nós con- seguimos em tempo real, conectados com a campanha que estava no ar, levar ao festival aquilo que o público queria. Foi uma maneira prática de ver como o uso de dados pode ter papel criativo decisivo numa ação de marketing. O projeto Brahma de Portas Abertas também foi um case interessante. Como estava havendo muita discussão em torno do uso do milho na cerveja, nós abrimos as redes sociais com profissionais reais da Brahma para responder às perguntas do público e mostrar todo o processo de maneira transparente. Isso também é uma forma nova e criativa de trabalhar as mídias so- ciais. A campanha na TV jogava as pessoas para as redes a fim de tirar as dúvidas delas diretamente com os mestres cervejeiros da companhia em tempo real. Revista da ESPM — Sintetizando a nossa conversa, que tendências você des- tacaria como inevitáveis para o futuro damídia na relação coma publicidade? Rodrigo — A mídia vai usar cada vez mais a tecnologia para evoluir dentro de si mesma. As pessoas buscam, acima de tudo, experiências e a tec- nologia vem para ampliar esse leque de experiências proporcionadas pelos meios e pela interatividade. Isso já está acontecendo mesmo nos meios mais tradicionais. Além disso, o uso de dados também é uma fer- ramenta que veio para ficar, porque com eles você consegue ser muito mais preciso nas recomendações ao cliente. Essa prática só tende a crescer e a se fragmentar, ficando cada vez mais complexa. Por últi- mo, temos a entrega cada vez mais personalizada e customizada de conteúdos e de mídia. Não é por aca- so esse crescimento tão grande do Netflix. Serviços desse tipo vão ga- nhar cada vez mais relevância e vão implicar novos desafios criativos e de comunicação para as marcas. E é interessante notar também que o fato de não sabermos muito bem o que vai acontecer mexe muito com a nossa dinâmica na publicidade. O marketing faz, testa, erra e acerta. Daí repete tudo outra vez. Não temos mais as respostas à mão como se fazia antigamente, o que torna o pro- cesso mais incerto, mas nós vamos nos acostumando a construir em tempo real as novas soluções que vão surgindo no caminho. CampanhadaBud levaoex-jogador debasqueteOscar para jogar algunsminutos deumapartidadaNBAemumprojetodesenvolvidopelaAfricaepelaESPN shutterstock
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