Revista da ESPM

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018| REVISTADAESPM 67 Revista da ESPM — O mercado está tentando mensurar o tamanho do digital hoje. Ninguém tem dúvida de que os meios digitais estão crescendo rapidamente, mas é difícil ter noção do tamanho real desse pedaço da comuni- cação, porque os seus números não são públicos. Ilha — Vemos um crescimento ex- tremamente vigoroso da mídia di- gital — que não é só internet. Este é um erro normal do nosso mercado. Na verdade, hoje digital é tudo. As rádios são digitais, os jornais são digitais, as revistas são digitais. Fala-se que os jornais perderam im- portância. Não é verdade. Nunca se leu tanto jornal no Brasil como se lê hoje. A diferença é que as fórmulas de leitura mudaram. A participação da mídia propriamente digital hoje chega próximo a 20% do tamanho do nosso mercado de investimen- to. O crescimento foi, em alguns momentos, para alguns players , até mais acelerado do que deveria. Hou- ve certa especulação. Hoje, também no digital, estamos vivendo um mo- mento mais maduro. Conseguimos ser mais estratégicos e fazer as cam- panhas geraremmais resultado. Revista da ESPM — O que determina o sucesso de uma boa campanha multi- mídia? Ilha — O grande segredo está em conseguir trabalhar durante uma campanha. Por exemplo: em uma campanha, a agência percebeu, num público mais amplo, que havia uma faixa feminina, mais jovem, que res- pondia muito melhor do que todas as outras faixas àquela comunicação. O resultado da TV aberta entre esse grupo era muito superior ao dos outros meios. Naturalmente, recom- pramos a programação de TV aberta voltada para esse target . Revista da ESPM — Como ficam os talentos com todo este foco em tecnolo- gia e resultados? Ilha — Ao mesmo tempo que é mais difícil, também está mais interes- sante, por ser um momento desafia- dor. O fator humano, o profissional, uma pessoa talentosa faz muito mais diferença hoje do que fazia antes, porque você consegue achar insights brilhantes que mudam tudo. Hoje, se tivermos a magia de utilizar bem o que está à disposição, o tra- balho fica muito mais interessante e melhor do que antes. No passado, o mundo era menos complicado, as pessoas prestavam mais atenção, acreditavam mais no que uma mar- ca falava. Você tinha uma audiência menos fragmentada e entregava a mensagem mais facilmente. A minha visão é sempre a de que o mundo complicado é melhor do que o mundo simples. Revista da ESPM — Quem é o profis- sional de mídia do futuro? Ilha — O especialista em tecnolo- gia que entende de comportamen- to e de consumo. É difícil ter pro- fissionais que saibam trabalhar dentro deste ambiente. Por isso é que uma agência tem de ser uma grande escola. Nós formamos pes- soas e nos preocupamos com a sua evolução, porque se formos sair no mercado buscando gente, não vamos encontrar. O processo de transformação é doloroso, mas eu acho que nunca houve tanta opor- tunidade para crescer no mercado de comunicação como agora, por- que existem novas necessidades e é muito mais complexo. McDonald’stransformouaslâminasdepapeldassuasbandejas,queservemparaaabsorçãodegorduradoslanches, emumgameintegradocomocelular divulgação

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