Revista da ESPM

REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2018 80 Marcasvestidasparaencantar! Empresas descobremo poder das embalagens inteligentes e vestemseus produtos e serviços comnovas roupagens que criamdiálogos e estreitamvínculos das empresas comseus consumidores PorGisela Schulzinger BRANDING A quilo que nos trouxe até aqui como sociedade está totalmente emxeque. Paradigmas estão sendo quebrados e verdades absolutas ques- tionadas por conta da modernidade líquida, “leve”, “fluida” emaisdinâmicaqueamodernidade “sólida” que foi descrita pelo filósofo Zygmunt Bauman no livro Modernidade Líquida (Editora Zahar). Essa transição acar- reta mudanças em todos os aspectos da vida humana. Na era da “Nova Economia”, omovimento Human-cente- red design tem obrigado as empresas a se reinventarem constantemente. Neste cenário, produtos e serviços são ressignificados por meio de inovações em pontos como personalização, praticidade, facilidade, transparência nos processos produtivos e preços, clareza do propósito demarca e, acima de tudo, uma experiência relevante e impactante para o consumidor. Assim, para acessar os consumidores de forma rele- vante, as empresas buscam fórmulas inspiradas em startups, novas tecnologias, usam o poder das redes sociais e o entendimento do comportamento humano diante do novo zeitgeist . Não estar conectado a essa nova realidade deixou de ser uma opção. E é aqui que a embalagem assume um poderoso papel na socie- dade de consumo. Muito alémde acondicionar, conservar ou transportar os produtos, a embalagem lidera ummovimento de ino- vação para atender aos novos anseios, valores e necessi- dades da sociedade. Comisso, as soluções de embalagens passam a seguir premissas muito mais abrangentes no seu processo de desenvolvimento, como: • foco no usuário — para entender o que as pessoas dese- jam e querem de fato; • clareza da proposta de valor — que “problemas” deter- minada solução está resolvendo; • criação de experiência — que valor a marca está entre- gando; e • compromisso com a sustentabilidade — que legado a empresa ou a marca está deixando. Com uma visão estratégica do negócio, é possível ampliar o entendimento da função da embalagem e considerá-la uma nova mídia ou até mesmo uma plataforma de conexão e comunicação com todos os stakeholders . Muitas vezes, a embalagem é o único elo de ligação entre a empresa e o consumidor e, semdúvida, o que tem mais longevidade, porquenão é descartadode forma ime- diata como as outras mídias (incluindo as mídias digi- tais), que lidam com uma enorme dificuldade de captu- rar e reter a atenção das pessoas, expostas diariamente a diferentes estímulos. A embalagem como plataforma de comunicação ofe- rece inúmeras possibilidades de uso: Embalagem como materialidade Em tempos de desmaterialização de tudo, as embalagens representamumaformadematerializarumaideia,umcon- ceito,umvalor.Umexemplodissoéaembalagem Clever litlle bag , da Puma ( foto 1 ). Neste caso, amarca está entregando literalmente sua proposta de valor, contribuindo para as questõesambientais, ematerializaestaentregaparaocon- sumidor pormeio de uma embalagem inteligente. https:// www.youtube.com/watch?v=pAgr22vKFmM

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx