Revista da ESPM
REVISTA DA ESPM | JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2018 48 CARGI LL | LU I Z PRET T I Aevoluçãopassa pelaFerrogrão! Luiz Pretti, presidente da Cargill, cobra do próximo governo mais investimento em infraestrutura, principalmente no modal ferroviário, para desatar os nós logísticos enfrentados pelo agronegócio. À frente das operações brasileiras da multinacional americana, que responde hoje por 9% da produção mundial de alimentos, ele garante que a companhia seguirá investindo no país, independentemente do cenário econômico previsto para 2019 Revista da ESPM — Em sua opinião, que prioridades deveriam ser enfrenta- das pelo próximo governo para a eco- nomia brasileira voltar a crescer em um nível sustentável? Pretti — As reformas são essenciais para o crescimento do país. Torcemos pela evolução da reforma trabalhista comviés demodernizar as relações de trabalho e viabilizar aumento de efici- ência e produtividade. A preocupação é que nossa indústria siga sofrendo de problemas de falta de competitivi- dade. Em relação ao agronegócio, os investimentos em logística e infraes- trutura são essenciais para o cresci- mento do setor. O país teve uma safra agrícola excepcional em 2017, com o agronegócio respondendo por quase 25% do PIB nacional, mas temos difi- culdade de escoar essa produção. Os cerca de 90 quilômetros sem asfalto da BR 163 trazem um problema para as tradings que escoam pelo Arco Norte do país. Precisamos que ela seja finalizada e consideramos isso como um vetor logístico necessário para a integração e desenvolvimento do eixo do rio Tapajós. No longo prazo, a melhor alternativa para os grandes fluxos previstos nos parece ser uma ferrovia entre as áreas produtivas do Mato Grosso e Miritituba, como consta nos estudos da Ferrogrão, uma proposta cujo projeto conceitual vem sendo apoiado por diversas empresas do setor. Revista da ESPM — O que você, como líder da Cargill, acredita que deverá acontecer em 2019? Com que panora- ma a companhia está trabalhando? Pretti — Acompanhamos atenta- mente os recentes desdobramentos econômicos e políticos e sofremos — assim como todos — os efeitos da crise na qual o Brasil se encontra. No entanto, seguimos confiantes na força das instituições brasileiras e no trabalho da Justiça na apuração legal e completa dos fatos investigados — a qual somente pode ser alcançada com a plena independência entre os poderes. O que me preocupa são os extremos. A radicalização é ruim. Estamos muito intolerantes. Os acio- nistas da Cargill em Minneapolis (EUA) dizem que veem ummomento de indefinição, mas acreditam no amadurecimento do Brasil. ”Acreditamos nas instituições brasileiras e vamosmanter nossos investimentos, amenos quemudem as regras do jogo” divulgação
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