Revista da ESPM
ESPECIAL REVISTA DA ESPM | JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2018 80 A humanidade já passou pelas eras agrícola e industrial. Esta transição se deu ao longo de umséculo.Asgeraçõesdaqueleperíodoforam atingidasporsucessivasmetamorfoseseajus- taram-seàsnovas realidades. Asacomodaçõeseconômi- cas e sociais foramse efetivando ao longodo tempo, que transcorria em slowmotion .Mesmoassim, asnovas con- quistas foramseexpandindoedandonovoscontornosao mapa geopolítico e social. Entramos na era digital. Mas será que estamos nela ainda?Não. A era digital também já era! Estamos na era pós-digital — umperíodo em fase de sucessivas transformações, desafiador,multidiscipli- nareconectadoplanetariamente. Eestapassagemsedeu emmenosdeduasdezenasdeanos,oquerepresentauma velocidade incrível, comparando-se às eras anteriores. Nossossonhosdeconsumo, como internet, smartpho- nes, tablets, alémde todas as facilidades disponíveis em apps para solicitar táxi, realizar compras, alugar imó- veis, assistir a filmes recém-lançados no conforto do lar comendo pipoca, também já estãoficando para trás. Os indicadores deixamclaro que ainda hámais novida- des tecnológicas chegando de forma exponencial. Todo esse congestionamento de informações está atingindo emcheiooser humano. Afinal, paraondeahumanidade está se encaminhando? Como será o amanhã? Eis a verdade: ninguém, ninguém sabe! Estarevoluçãorápidacomoumraioestimulaumbando decabeçasbrilhantesabuscaraindamaisconhecimento eaestabelecer parâmetrosparaosnovos tempos, ondea inteligênciadigitaljáimpõecominsistênciacadavezmais frequente um caminho sem volta. Os impactos dessas transformaçõesestãosendosentidosde formaglobal.Há os que assistema tudoboquiabertos. Nada doque existe hojesobreviveráamanhã:meiosdelocomoção,empregos e tão pouco garantias secularmente ansiadas pelas pes- soas. Atémesmo as amizades entramnesse balaio. Sim, porque estão surgindonovos comportamentos sociais e de relacionamento. Seria a entropia da raça e de gêneros —homemcomhomem,mulher commulher, etc. e tal? AArcadeNoédosnovos tempos jáestánavegandopelo espaçosideral,levandoconsigoasespéciesanimadas,inani- madasemodernosrecursosrumoadesafiosinimagináveis. Devaneios à parte, o fato é que precisamos fazer parte dessacomunidadeglobal paranão fenecer. Aliás, orespei- tado escritor AlvinToffler, leitura de cabeceira demuitos profissionaisdacomunicaçãopublicitáriaedomarketing, já dizia: “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não souberem ler e escrever. Mas todos que não sou- beremaprender a desaprender para, então, reaprender”. O “reaprender” citado na frase de Toffler vai muito além, porqueenvolvesentimentoeemoção, elementosque tam- bémestão sendo afetados. Não é à toa que estamos todo tempo a correr. Temos pressa de alcançar alguma coisa. Que coisa seria essa? Seria o “Mister Futuro”? NavisãodofrancêsJeanJacquesSéguéla,mestredaartee técnicadomarketingedapublicidade,o“futurotemfuturo”. Estamosnolimiardeumperíododemelhoriasemtodosos sentidos,sónãoestásendopossívelanteverosencaixesade- quadosemrelaçãoàsatividadesoriginadasdessarealidade. De qualquer forma, há umdado já comprovado: os rea- lizadores, os autodidatas, os perseguidores de sonhos e desejososdeconhecimentos formarãoesse fugazemajes- tosomundonovo. JacquesSéguélanãoestásozinhonesse seu pensamento. Outros antenados com o movimento tecnológico global pensam da mesma forma e dois deles são brasileiros. Ogaúcho TiagoMattos estuda futurismo, alémde ser empresário e autor de obras como Vai lá e faz: como empreender naeradigital e tirar ideias dopapel (Editora Belas Letras). No seu curso “Tomorrow”, expõe o assunto comtétrica clareza. Ooutro éMuriloGun, que descreve o cenáriodo amanhã no curso “ReaprendizagemCriativa”. Osnossospensadores tupiniquins sãofigurasque tive- ramacessoaestudosepesquisasdaNasa,nosEstadosUni- dos, durantemeses. Mas atenção: a Nasa continua sendo referência na pesquisa e na tecnologia, mas não a única, bastaobservar-seabarafundamotivacionalcriadanoVale do Silício pelo sul-africano Elon Musk — ainda não bem definido se profissional de marketing, playboy ou perse- guidordesonhos—, donodeempresascomoSpaceX, Tesla Motors eSolarCity, quepromete energia sustentável para locomoção a qualquer distância e moradias a terráqueos emMarte, apreçosmódicos. Pessoadeterminadae “explo- siva”,Musk revela, noentanto,muito respeitopelosmeios decomunicação. Tantoéquena suaequipedecientistas e gênioshá, também, profissionaisdemarketingedemídia. Elenãoenxergaoutro recurso (emseus veículos, foguetes espaciais ou energias renováveis) que não seja a tecnolo- gia acoplada a competentes estratégias de comunicação. Comohádeseperceber,osdoisbrasileirosMattoseGun, quejáiniciaramaevangelizaçãotecnológicanoBrasil,não sãoos únicosnessa faina futurista. Pensadores emtodoo mundorezamomantrasegundooqualnãosedevetemera
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