Revista da ESPM

JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2018| REVISTADAESPM 99 publicado na revista Conjuntura Econômica . O texto faz curiosa observação: de acordo com os levantamentos de Pessôa, o PIB per capita em 2016 registrou a impres- sionante queda de 9,1% em relação a 2013 — a segunda maior queda em 90 anos, porque três anos depois da Grande Depressão de 1929, o PIB per capita no Brasil recuou 7,9%. No entanto, a maior queda do PIB na his- tória ocorreu na recessão de 1981, pois em 1984 o PIB per capita despencou violentos 12,4%. O drama não fica só nos números do PIB, mas nas consequências que essa redução gerou no país. Con- vém lembrar, por exemplo, que o ciclo militar termi- nou no ano seguinte do recuo de 12,4%, em 1984, do PIB de cada brasileiro. O poder político na década de 1930 também foi bem diferente do que era antes da Grande Depressão. OCongresso em2017, commuita esperteza, fez uma reforma, com o financiamento público de campanha incluído, em que o atual sistema político “se blindou” sem reconhecer a desconexão com a sociedade. Não é por acaso, portanto, que a eleição de outubro repre- senta tão pouca esperança. É curioso, mas um importante empresário fez um resumo interessante do estado geral pré-eleições (no Valor Econômico de 15/06/2018): “OBrasil não pode ficar aprisionado a esse feitiço do tempo no qual os dias ape- nas se repetem. O tempo passa rápido e assimdeve ser. Os desafios estão aí para serem vencidos”. O maior desafio da realidade brasileira, de todos os eleitos, não só do novo presidente, será refazer, via reforma política, a reconexão entre os representados da sociedade e seus representantes no Estado. Há espaço, sim, para fazê-lo democraticamente. Odesafio principal da sociedade brasileira, hoje, é o da vontade de propor e fazer a reforma do sistema político. De verdade. Leonardo Trevisan Professor da ESPM e da PUC-São Paulo e jornalista especializado em economia, política governamental e externa e internacionalização do mercado de trabalho As cúpulas partidárias terão todo o poder para decidir quemfica comque parte do fundo, ou seja, são elas que irão decidir quemserá eleito divulgação