Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018
OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018| REVISTADAESPM 11 Ahora e a vez dos elderly boomers Por Anna Gabriela Araujo e FranciscoGracioso Foto: JoãoViana P restes a completar 31 anos de trabalho dedicado ao estudo da sociedade brasileira, Ana Amélia Camarano prepara agora um novo livro sobre o envelhecimento da população, que deverá atualizar os dados contidos em Os Novos Idosos Brasileiros: Muito Além dos 60 ?, obra escrita pela pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econô- micaAplicada (Ipea), em2004. “Omenino, que antesmorriadediarreia, nãomorremais e isso é positivo!Mas como será que essemenino irá chegar aos 80 anos? Vivemos hoje a “democra- ciada sobrevivência”, adiantaumadasmaiores especialistas em“consumidor sênior” nopaís. Segundo ela, o mundo está assistindo à transformação dos baby boomers em elderly boomers . “Isso significa que a geração que mais influenciou o mercado de consumo em todo o mundo está envelhecendo, mas continuará ditando tendências tambémnesta fase da vida”, explica a coordenadora de Estudos e Pesquisas de Igualdade de Gênero, Raça e Gerações, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc). “Amulher da geração Rolling Stones foi aquela que colocou o filho na creche e que, por isso, não espera ser cuidada por ele. Aqui temos um enorme potencial de mercado.” Doutora em population studies pela London School of Economics e pós-doutora pela Universidade de Nihon (no Japão), Ana Amélia afirma que os consumidores seniores do século 21 já estão incentivando o surgimento de novos produtos e serviços para atender a todo tipo de demanda relacionada sempre à saúde ou à falta dela. “A sociedade brasileira não está envelhecendo, e sim rejuvenescendo. Os 70 anos de hoje equivalem aos 50 anos de duas décadas atrás. Embora a política continue definindo o idoso como a pessoa com 60 anos ou mais, estamos envelhecendo mais tarde. Com o aumento da expectativa de vida da população, o que ficou velho foi o conceito de idoso 60+!” Nesta entrevista, Ana Amélia detalha o tamanho e o potencial de mercado gerado pelo consumo dos idosos brasileiros, que já alimenta um setor composto por produtos que unem tecnologia, inovação e design universal. “Demaneira geral, tanto omercado quanto a academia costumam considerar a populaço idosa como sendo um segmento homoge- neo, com necessidades e experiencias comuns. Mas, na prática, uma das características mais marcantes deste segmento é a heterogeneidade.”
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