Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018| REVISTADAESPM 19 T emos medo de envelhecer. E, talvez por isso e por muito tempo, ignoramos a existência desse público maduro na sociedade. Acaba- mos de realizar uma pesquisa que nos mos- trou claramente que é preciso olhar com atenção essa faixa etária. Antes de iniciar o estudo, conversamos com mais de 80 empresas em busca de patrocinado- res para o projeto e o que mais ouvimos foi: “Este não é o meu público”. E nos questionamos: “Será mesmo que este não é o seu público?”. Os idosos são, sim, uma oportunidade para aquelas empresas que olham para o futuro. Quem der as cos- tas hoje para essa oportunidade de mercado vai per- der uma fatia considerável do bolo. Isso se não vier a perder todo o bolo. Conhecer e se aproximar dos mais velhos é vital para a saúde das marcas, como demons- tra o estudo 60+ Um novo paradigma . É fato e basta olharmos ao nosso redor: os mais velhos compram, decidem, fazemplanos, se exercitam, estão conectados. Não se trata mais de falar sobre o peso da idade, mas do peso que essa faixa etária repre- senta para o mercado. Enquanto os jovens pensam no futuro, o perfil 60+ pensa e vive o presente e não quer deixar para amanhã a viagem, o jantar, o encontro, a vida. Entender que velhice não é sinônimo de falar de morte e sim de vida é o primeiro passo para disparar na frente no mundo dos negócios. O estudo 60+ Um novo paradigma nos fez enten- der que o mundo e dos maduros, pois enquanto os “ jovens adultos” vivem em algum lugar do passado — ou preocupados com as mil e uma tarefas do futuro — sao eles que vivem no presente. Desta forma, pre- cisamos refletir sobre como estamos vivendo na sociedade contemporânea. A velhice ainda e um tabu, vista como um problema medico, urbano, pre- videnciario, familiar e social. É o começo do fim da vida. E se tornou tabu porque foi muito associada a doenca e morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) nos diz que nos tornamos idosos depois dos 60 anos de idade. No entanto, quando uma pessoa chega aos 60 anos hoje, ela nao ve que sua vida esta no fim. Muito pelo contrario, ela olha para frente e enxerga que ainda tem muito para viver. Vamos chegar aos 70, 80, 90 anos. E quem sabe ate aos 100 anos! Isso nos traz uma reflexão: se a expectativa de vida chegará a 120 anos, será que podemos dizer que viveremos metade da vida na velhice? Ou será que estamos vivendo uma transição, junto com a qual surgem novas fases na maturidade? Ao longo do estudo, percebemos que hoje já exis- tem diferenças dentro desse grupo que costumamos rotular como 60+. De maneira geral, essas diferenças acabam delineando três momentos distintos: • Os 60 anos > A Maturescência é uma nova fase de vida que surge na transiço entre adulto e idoso. A nova juventude. Nao se reconhecem como idosos. Exercem atividades pro- fissionais de alta complexidade, como sempre fizeram. Passama querer desfrutarmais da vida emfamília. Têm vida social e cultural intensa (especialmente os soltei- ros). Muitos passam a cuidar dos pais, tambem idosos. • Os 70 anos > A entrada na Maturidade de Fato . Hoje em dia, as pes- soas so comecam a se autodeclarar idosas emmedia a partir dos 70 anos de idade. Isso porque nesta faixa etaria o corpo ja esta manifestando algumas limita- cões. Assumem varias responsabilidades domesticas, como cuidar dos netos e dos filhos. A gestao da saude e do bem-estar se torna o principal foco de experiencia. PODER ECONÔMICO DOS BRASILEIROS ACIMA DE 60 ANOS Fonte: SPC Brasil e Portal Meu Bolso Feliz 20% do total da renda nacional corresponde ao rendimento dos idosos correspondem a 21% da massa de renda dos brasileiros não é mais provedor da casa – ou seja, maior poder aquisitivo R$ 446 BILHÕES MAIORES DE 60 ANOS MAIS DE 75%

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