Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018

PESQUISA REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018 22 estamos vivendo e os novos estilos de vida que surgem nesse contexto terão impacto direto nos perfis dos velhos de amanhã. Alguns desses perfis poderão seguir existindo, enquanto outros perderão representatividade. É um processo din mico, vivo, pois, diferentemente do que possamos imaginar, os idosos continuam sendo as mesmas pessoas que sempre foram. Não existe uma virada de chave que muda radi- calmente quem a pessoa é apenas porque chegou na velhice. Ao contrário, é na velhice que os traços de comportamento e visão de mundo se acentuam. Com uma grande diferenca: agora eles colhem os frutos de toda uma vida. Independentemente de faixa etária, gênero ou região, vimos que a experiência de ter mais de 60 anos é atravessada por três palavras: aposentadoria, idoso e velhice. • Aposentadoria: é ummarco legal. Representaumdireito que pessoas acima de 60 anos têm de receber a contri- buição previdenciária de uma vida toda. Gera ambiva- lência por excluir as pessoas do mundo da produtividade • Idoso: é um marco social. Ser chamado de idoso, por causa de regulações de saúde pública, é sinônimo de ter mais de 60 anos. É uma palavra que carrega uma ima- gem forte do “velho de cabelos brancos” • Velhice: é um reconhecimento pessoal. Aparece com os sinais do próprio corpo e é a partir disso que a pes- soa se reconhece como velha Hoje, a grande questão para o público 60+ é como envelhecer de forma autônoma, seja aos 60, 70 ou para além dos 80 anos. Essa geração valoriza sua indepen- dência e autonomia. Eles não querem ser cuidados, mas sim poder cuidar de si e continuar inseridos nos ciclos sociais e familiares. Muitos ainda estão no mercado de trabalho, pos- suindo uma renda fixa mensal. Segundo dados do SPC Brasil e do Portal Meu Bolso Feliz, que corroboramo que vivenciamos no nosso estudo, 41% dos idosos muda- ram suas prioridades de consumo e passaram a dar mais valor qualidade dos produtos, mesmo pagando mais caro por isso (52%). Também foi identificado o crescimento do grupo para o qual comprar se tornou uma atividade de lazer (22%) e que se permite gastar mais com os produtos que desejam, mesmo que não sejam de extrema necessidade (21%). Eles afirmam gastar mais com itens de desejo do que com itens rela- cionados s necessidades básicas da casa. No geral, preferem pagar vista e não gostam de prestação ou cart es de crédito. As empresas precisam estar atentas s oportunida- des crescentes e se adaptar para melhor atendê-los, pois o problema hoje é que o publico 60+ nao se sente desejado pelas marcas. E com razao. Ainda sao pou- cas as que realmente conseguem dialogar com ele. Falar com o publico 60+ nao e facil. O mais difícil e sair dos velhos estereotipos sobre a velhice. Os velhos se sentem invisíveis na mídia, nao se veem repre- sentados pelas imagens sobre o idoso e a velhice. E preciso dar visibilidade para a individualidade dos Oconsumidorsêniorcostumagastarmaiscomitensdedesejo doquecomprodutosdenecessidadesbásicasdacasa,prefere pagaràvistaenãogostadeprestaçãooucartõesdecrédito SHUTTERSTOCK.COM

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