Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018| REVISTADAESPM 71 ARMANDO FERRENT I N I | PROPMA R K Estratégiasde comunicação emarketingàmodaantiga! Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência e do jornal Propmark , afirma que a publicidade ainda não acordou para o potencial do mercado sênior. Para ele, o envelhecimento da população irá provocar uma mudança radical no posicionamento de agências e anunciantes Mercado sênior “O Propmark publ icou na ed ição 2.687, de 19 de março deste ano, uma matéria sobre esse assunto. Aliás, neste dia a manchete do nos- so jornal foi a seguinte: “ Idosos con- tinuam invisíveis para a publicidade ”. De acordo com essa reportagem, no Brasil, ainda são poucas as campa- nhas direcionadas a esse target que tem dinheiro e tempo para gastar. Uma pesquisa do Instituto Loco- motiva aponta a existência de 54 milhões de brasileiros acima dos 50 anos, que têm renda 40% superior à média nacional e movimentam aproximadamente R$ 1,6 trilhão por ano — o equivalente ao consumo anual de duas Holandas. Mas o fato é que o mundo caminha para uma transformação, já que a população — incluindo o povo brasileiro — está cada vez mais velha. Ao que tudo indica, o mercado de hoje ainda não sabe o que fazer para a camada da população mais velha. Infelizmen- te, o mundo dos negócios não acor- dou para esse target, pois as marcas ainda não querem se associar aos mais velhos.” Idosos na publicidade “Não há muitos trabalhos direcio- nados à terceira idade. Essa faixa etária é importante e economica- mente ativa e, por isso, mereceria produtos e comun icação especí- ficos, mas essa cultura ainda não está presente no mercado mundial da publicidade. Segundo a reporta- gem do Propmark , 76% dos idosos pesquisados pelo Instituto Loco- motiva dizem não se identificar na forma como a propaganda os repre- senta. Além disso, 81% afirmam que a publicidade deveria representar melhor a diversidade da população brasileira e 88% acreditam que os anunciantes deveriam respeitar a diversidade de seus clientes. Esses números demonstram que mesmo com o crescimento exponencial de consumidores seniores, o culto à juventude ainda permanece.” Imagem na sociedade “O culto à juventude ainda é grande mesmo com o importante cresci- mento do número de idosos. O mer- cado está diante de uma nova reali- dade e deve repensar a importância dos sen iores na sociedade. Nos próximos anos, deve haver uma mu- dança radical nesse sentido, porque o nosso país está envel hecendo, sim, com mais saúde e qualidade de vida. Até porque estimativas indi- cam que, em 2045, teremos mais de 93 milhões de idosos no Brasil.” Consumo “A grande maioria dos idosos não deve se ver representada na pro- paganda. A constatação é de que se trata de um target áv ido para consumir, mas ainda faz pouca di- ferença para o mercado. Há estudos que mostram que os mais velhos têm vida social intensa: costumam receber os amigos em casa; têm o hábito de jantar em restaurantes e, no caso das mulheres, de frequen- tar salão de beleza. Mesmo assim, a ma ior ia das empresas não de- senvolve produtos para essa faixa etária. O fato é que o país não está preparado para lidar com o aumen- to da população idosa, tanto quanto está despreparado para envelhecer. Isso é cultural e reflete em vários setores da economia.” Case de marketing “Não me lembro de nenhum case de marketing significativo. As cam- panhas que costumam ser direcio- nadas a esse target são feitas basi- camente para anunciar remédios, casas de repouso, planos de saúde e produtos geriátricos. Certamente, as marcas estão perdendo muitas oportunidades. Faltam produtos e até novos segmentos para o público mais sênior. Há certo desconheci- mento sobre hábitos de consumo, de informação, apesar de o idoso estar conectado, muito presente nas redes sociais.”

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