Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018

CENÁRIO MUNDIAL REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018 84 passou de uma taxa de fecundidade significativa- mente alta, de 5,5 filhos por mulher (6,2 no caso do Brasil) para uma taxa de dois filhos por mulher (1,8 para o Brasil), inferior ao nível de reposição — que corresponde a uma taxa de fecundidade total de 2,1 filhos por mulher. De acordo com as projeções popu- lacionais mais recentes das Nações Unidas (2017), a taxa de fecundidade na região chegaria a 1,9 filho por mulher já na metade deste século. A diminuição da fecundidade ocorreu em todos os países da região, mas ainda existem diferenças sig- nificativas entre eles em termos da data de início e intensidade do processo e do momento em que atinge o nível de reposição. Embora a convergência emníveis reduzidos tenha sido rápida, permitindo reduzir sig- nificativamente as diferenças entre os países com maiores e menores taxas de fecundidade, os diferen- tes calendários de declínio acabam gerando distintos cenários com relação a sua estabilização. Enquanto emCuba e Barbados a fecundidade já havia alcançado o nível de reposição no princípio dos anos 1980, esti- ma-se que o mesmo ocorra no Estado Plurinacional da Bolívia e na Guatemala durante o período 2045-2050, ou seja, 65 anos mais tarde. Uma característica da fecundidade na região é que, apesar de sua queda acentuada e generalizada entre os países, as taxas continuam sendo mais altas entre os estratos socioeconômicos mais baixos, os grupos com menores níveis de escolaridade e entre adoles- centes. É o que aponta o Panorama Social da Amé- rica Latina, da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). Como resultado do declínio da fecundidade, o cres- cimento populacional da região vem se desacelerando de maneira acentuada. De acordo com as projeções das Nações Unidas, a população regional continuará crescendo a taxas cada vez menores durante as pró- ximas décadas até atingir o limite máximo de 787 milhões de habitantes em 2060. A partir daí, passa a diminuir levemente, até se estabilizar emumpatamar ligeiramente inferior. No caso do Brasil, a população tende a alcançar o patamar máximo de 247 milhões de habitantes no ano 2062. Embora comum a todos os países da região, este processo não se dará de forma homogênea entre eles, devido às diferenças significativas existentes em rela- ção ao grau de progresso na transição demográfica. Enquanto em países mais avançados na transição, como Cuba e Barbados, as taxas anuais de crescimento populacional são inferiores a 0,6% na atualidade, em países menos avançados, como Guatemala e Hondu- ras, essas taxas chegam a ser superiores a 1,5%. Além do forte impacto no tamanho e crescimento da população, a queda da fecundidade, aliada ao osmar barreto borges / shutterstock . com Emcifras absolutas, o grupo demenores de 15 anos alcançou seu nível máximo em2000 (169milhões) e desde então começou a decrescer Apopulação latino-americana crescerá durante as próximas décadas, até atingir o limitemáximo de 787milhões de habitantes em2060

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