Revista da ESPM - OUT-NOV-DEZ_2018
SOCIEDADE REVISTA DA ESPM | OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRODE 2018 90 Versão brasileira Seguradeque cohousing seriauma soluçãode arquitetura social a ser explorada pela comunidade de associados sênior, a ADunicamp fundou a Associação de Morado- res daCohousing Sênior VilaConViver, entidade jurídica criada para viabilizar a implantação da comunidade de futurosmoradores, composta por 54 ex-funcionários da Unicamp, alémde uma lista de 30 pessoas interessadas em se juntar à proposta. Nomomento, uma equipe de cinco jovens arquitetos, formadosnaUnicampequeassessoraaassociação, acaba de concluir o trabalho de levantamentos preliminares para a implantação física da Vila ConViver. Os futuros moradores já sabemquanto terão de investir —deR$ 300 mil a R$ 400 mil — no empreendimento. A ideia é promover a implantação de uma cohousing sênior com cerca de 40 casas com área individual em torno de 100 metros quadrados cada uma, uma casa comum, comárea aproximadade 600metros quadrados, dotada de cozinha com equipamentos de alto desem- penho, refeitório comum, salasmultifuncionais (estar, meditação, cineclube, ginástica, artes etc.), lavanderia, depósitos e oficina. Está em discussão, também, uma residência comunitária comquatro suítes amplas para alojamento de visitantes e uma suíte compacta para profissionais de enfermagem e cuidados. As suítes de visitantes, quando necessário, serão destinadas ao uso prioritário demoradores que necessitemde cuidados de enfermagem durante um período de recuperação pós- -operatório. Essas suítes poderão, a critério da comuni- dade, ser destinadas para alojamento permanente de moradores, para os quais morar sozinho em suas resi- dências se torne um risco significativo. Outras instalações comuns incluemestacionamento para veículos de moradores e visitantes, horta, pomar, pista de caminhada e pontos de encontro dotados de bancos emesa, espalhados pela comunidade, que deverá contar com12,5mil metros quadrados de área constru- ída emum terreno de até 22 mil metros quadrados. A escolha do terreno é uma etapa crítica do processo de criação de qualquer cohousing . A experiência acu- mulada no grupo indica que, devido ao fato de muitos membros estaremaposentados e comos filhos criados, residir perto de escolas ou do local de trabalho não tem mais importância. A demanda maior por quem vive os anos iniciais pós-aposentadoria é por um terreno não muitodistante de provedores de serviços, cultura e lazer. Osmais velhos preocupam-semais coma qualidade da comunidade em formação. O grande diferencial buscado por todos os morado- res de uma cohousing sênior é a construção de um rico ambiente social, amparado por uma estrutura física que permita socialização entre osmembros, viabilize o crescimento permanente do indivíduo e garanta apoio e solidariedade mútuos. A maneira como o custo de manutenção será rate- ado entre osmoradores da Vila ConViver ainda está em discussão, mas o fato é que esse custo deverá prever as despesas comuns de água, luz, taxas e impostos, assim como salários dos funcionários indispensáveis ao fun- cionamentoda cohousing . Umapreocupaçãopermanente émantê-lo omais baixo possível, pois não são poucas as incertezas econômicas a que estarão expostos os apo- sentados nos próximos anos. Lições aprendidas A exemplo de todas as outras comunidades cohousing pioneiras no exterior, a velocidade de implantação da cohousing sênior Vila ConViver está sendo mais lenta do que o esperado, mas no processo os futuros mora- dores vão colecionando aprendizados que permitirão a implantação de outras comunidades num prazo muito mais curto. As comunidades pioneiras chegam a levar até oito anos para serem implantadas, prazo que depois é reduzido para três anos oumenos. Osmembros daVilaConViver esperam, nos próximos 20 anos, ter uma vida mais longeva, com muito mais qualidade do que se estivessemmorando emsuas casas atuais. Esperam, também, continuar a se desenvolver, aprendendo uns comos outros, trabalhando emprojetos comuns, trocando experiências, interagindo com seus vizinhos e compartilhando apoio mútuo. A experiência internacional e a nossa experiência na Vila ConViver confirmam que, para um projeto de cohousing sênior ter sucesso, é fundamental a existência Segundo o governo dinamarquês, os idosos quemoramem cohousing vão menos aomédico e consomemmenos medicamentosqueamédiadapopulação
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