Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 39 ção do conteúdo on-line, apesar de uma perda significativa de agilidade na tomada de decisões,mais simples em encontros presenciais. Adificuldadedeadaptaçãonapro- duçãodematerial jornalísticoémaior para profissionais de imagem, como fotógrafos e cinegrafistas, pela essên- ciada atividade, que requer presença física no local dos acontecimentos para os devidos registros. As reda- ções têmevitado expor os profissio- nais a riscos desnecessários. Quando isso ocorre, são fornecidos equipa- mentos de segurança. Porém os cuidados com proteção não foram suficientes para impedir casosmais graves. NoRiode Janeiro, JoséAugustoNascimento Silva, edi- tor de imagens do SBT, morreu no anos oucomdoenças crônicas, como diabetes ehipertensão, alémdas ges- tantes, foramcolocados de imediato para trabalhar emcasa. Amedida foi adotadapor emissoras comoGloboe Recordeafetou, por exemplo, oapre- sentadorWilliamWaack, de67 anos, que passou a ancorar de casa o Jor- nal da CNN , na CNN Brasil. Na Globo, entre as práticas segui- das, está a higienização de equipa- mentos de uso comum dos jornalis- tas,comocomputadoresemicrofones, após cada utilização, alémda distân- cia mínima mantida entre os profis- sionais na redação e do uso de equi- pamentos de proteção, comomásca- ras. As mesmas precauções se repe- temna realizaçãode reportagensnas ruas, no contato com os entrevista- dos. Até o uso de microfones inde- pendentes para repórter e entrevis- tado (um para cada um) se tornou uma prática regular. Na Folha de S.Paulo , cerca de 95% dos profissionais já atuam emhome officegraçasaumsistemaquepermite aos jornalistas acessarem, de casa, os programasutilizadosnoscomputado- res da redação, que ficampermanen- temente ligados. Como medida adi- cional ao fornecimento de álcool em gel,máscaras e luvas, aempresacom- prou macacões de segurança, aque- les com aspecto de roupa de astro- nauta, para os profissionais realiza- remreportagens emhospitais, cemi- térios e locaismais expostos a riscos de contaminação pelo coronavírus. Modelo semelhante foi adotado na redação de O Globo , que tem hoje quase 100%de seusprofissionais tra- balhando em casa. Para muitos, o home office traz, alémda adaptaçãoaumanova rotina e a questões de infraestrutura (como móveiseequipamentosinadequados), umcontatomais intenso comos afa- zeres domésticos e, emalguns casos, com os filhos pequenos, cujo efeito imediato é o aumentoda carga horá- ria. Jornalistas de redações de gran- des veículosdecomunicaçãorelatam jornadas de trabalho de até 12 horas diárias. A necessidade de estar per- manentemente conectados, que o noticiário sobre a Covid-19 exige, de aprender a operar novas ferramen- tas edeadaptaçõesnecessárias auma dinâmicadiferentede trabalho–que inclui reuniões pelo aplicativoZoom e trocasconstantesdemensagenspor WhatsApp para pequenas decisões de trabalho – explica a sobrecarga. Na prática, os jornalistas estão descobrindo que podem trabalhar remotamente e garantir a atualiza- ILUSTRAÇÃO: SAULO CRUZ
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