Revista de Jornalismo ESPM
44 JANEIRO | JUNHO 2020 em 20 de abril, o Brasil ultrapas- sou a marca de 2,5 mil mortes em decorrência da pandemia de Covid- 19, ocupando a 11ª posição global dos mais de 2,5 milhões de infectados e 170mil óbitos emtodoomundo. Um mêsdepois, chegamosamarcade419 mil infectados e 25 mil mortes, com o Brasil assumindo o segundo lugar domundocommais casosdadoença, atrás apenas dos Estados Unidos. Alémde todos osdesafiosmédico- -sanitários que impõe às autoridades governamentais e aos profissionais da saúde, bemcomoaos cidadãos, de maneira geral, a pandemia também desencadeou uma espécie de “guer- rilha de narrativas” – comembates e questionamentossobreasmedidasde distanciamento e isolamento social, bem como possibilidades de trata- mento e a confiabilidade dos núme- ros de infectados e de óbitos. Marcada, entre outros aspectos, por uma onda de notícias falsas, essa guerrilha temlevadodiversos países à adoção demedidas emarcos regu- latórios para tentar conter sua disse- minação. Atéomêsdeabril, oRatrea- dordeLiberdadeCívicaCovid-19,feito peloInternationalCenter forNot-for- -Profit Law (ICNL), entidade com sede em Washington (EUA), apon- tava que 17 países já haviam criado regras para a disseminação de infor- mações e combate às fake news. Tal guerrilha aponta também, em uma perspectivamais abrangente, para a necessidade e importância da Media Literacy como umvalor público, um Por mais educação, senso crítico e responsabilidade! Media Literacy : crítica e competência midiáticas como fundamentos da cidadania e da experiência comprometimento ético e moral a orientar não apenas as atitudes indi- viduais, mas tambémas condições e valoresqueseconstituemnumespaço social essencialmente marcado por interações simbólicas que ocorrem nas, comepelasmídias. Essaconcep- çãode MediaLiteracy édesenvolvida pelo professor de mídia audiovisual da Universidade de Viena, Thomas A. Bauer, no artigo Ovalor público da Media Literacy , publicado na edição de junho de 2011 da Revista Líbero . Inicialmente, é importante consi- derar que, por um lado, essa ideia da MediaLiteracy como valor público e condiçãodecidadania semostra cru- cial num contexto de vertiginoso e acelerado crescimento do consumo e inserção da internet e das mídias, especialmente as redes sociais digi- tais, no cotidiano das relações e ati- vidades individuais, interpessoais e institucionais. Poroutro lado, ohistó- ricodos esforços emtornoda neces- sidade de desenvolvimento e cons- trução de competências, isto é, de conhecimentos, habilidades e atitu- des, quepermitaminterações eexpe- riências mais críticas e qualificadas com e no universo midiático trans- cende este contexto mais imediato. Assim é que ganha destaque, por exemplo, o trabalho da Organização dasNaçõesUnidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em prol de um programa sistemático e abrangente de Media and Informa- tion Literacy (MIL), que, já nos anos 1960-1970,defendia,aindanumapers- pectivamais instrumental de educa- ção para as mídias, a premência de “formação das novas gerações para uma compreensão analítica e crítica das mensagens midiáticas, tanto de seus conteúdosquantodos contextos políticos eeconômicosde suaprodu- por cicélia pincer batista ENQUANTO ISSO NO BRASIL...
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