Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 47 os primeiros anos do ensino funda- mental, atividades voltadas ao uso responsável da internet e das redes sociais, bem como, nas turmas mais avançadas, deavaliaçãodaveracidade de informações ede confiabilidade e credibilidadede fontes, comoaponta Jessica deAlmeida Santos, em News Literacy: Uma ferramenta de com- bate à desordem informacional , sua dissertação de mestrado profissio- nal em produção jornalística e mer- cado defendida na ESPM, em 2019. Infelizmente, na maioria das uni- versidades e demais instituições de ensino superior, aMILcomopolítica institucional aindaparece incipiente, a despeito de várias iniciativas e pro- jetos de pesquisa e extensão imple- mentados, sobretudo, por grupos de pesquisa e programas de pós-gradu- ação e voltados, fundamentalmente, a estudantes dos níveis fundamen- tal e médio. Neste contexto, destaca- -se o projeto Competência emInfor- mação e Mídia no Ensino Superior (Cimes), desenvolvido na Universi- dade de São Paulo (USP) e voltado à comunidade universitária. É notável ainda a inclusão de disciplinas sobre críticademídianas grades curricula- res da graduação, especialmente nos cursosdaáreadecomunicação,sobre- tudo os cursos de jornalismo, como é o caso, por exemplo, da ESPM. Alémdas instituiçõesdeensino, há de semencionaremtambémas incia- tivas de organizações da sociedade civil brasileira. Empesquisa de está- giopós-doutoral, realizada em2006, MônicaCaprino catalogou 240pro- jetosdesenvolvidospor 107organiza- ções não governamentais e que têm seu foco naMIL como estratégia de desenvolvimento de habilidades e competênciasrelacionadasàreivindi- cação e defesa de direitos, entre eles o direito à comunicação. A análise é descrita no artigo Educação midiá- tica nas ONGS brasileiras: experiên- cias para a cidadania comunicativa , publicado na edição de setembro/ dezembro de 2016 da revista Comu- nicação & Sociedade (C&S). Finalmente, é válido apontar pro- jetos resultantes de parcerias entre empresas de tecnologia e de mídia e entidadesdasociedadecivil.Éocaso, por exemplo, do Programa Educa- Mídia, criado pelo Instituto Palavra Aberta, com o apoio da Google, para “capacitarprofessoreseorganizações de ensino e engajar a sociedade no processo de educação midiática dos jovens,desenvolvendoseuspotenciais decomunicaçãonosdiversosmeios”, combaseemtrêscompetências:inter- pretaçãocríticadasinformações,pro- duçãoativadeconteúdoseparticipa- ção responsável na sociedade. Assim, se pode afirmar, à guisa de conclusão,que,seporumladoocená- rio da MIL no país ainda é recente, marcado por fragilidades institucio- nais, sua história e iniciativas ainda estão por serem inventariadas de modo mais profícuo; por outro lado, nãoparecehaver dúvidas sobre a sua necessidadeealcancenãoapenasem termosdeefeitosouíndicesdaubiqui- dade midiática, mas como ummodo de tambémse refletir sobre as condi- çõesdenossacidadaniaedos contra- ditóriosmodosdesignificação,percep- ção, compreensãoeaçãonomundo. ■ cicélia pincer batista é jornalista, doutora em ciências da comunicação pela ECA/USP e professora do curso de jornalismo da ESPM-SP. Vacina Combate à desinformação Projetos como a Imprensa Jovem e o EducaMídia utilizam os princípios da “ Media Literacy ” para popularizar a educação midiática no Brasil, ensinando crianças, jovens e adultos a analisar os fatos de forma crítica, filtrar as informações, diferenciar fatos de opiniões e produzir, consumir e compartilhar mensagens com responsabilidade
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