Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 3 EDITORIAL a pandemia e suas consequências, além de ser uma insólita experiência para bilhões de pessoas, atropelaram o jornalismo em escala mundial “Através dos tempos, o Planeta Terra sempre encon- trou soluções para sobreviver; mas, agora, cabe a nós refletir sobre a continuidade da civilização; ela terá necessariamente de mudar.” Dennis Meadows, professor no MIT “História do fim do mundo: 5 minutos depois de as nações decretarem mobilização geral, houve a imobi- lização geral.” Mario Quintana (em 1973) Apesar de o Jornalismo estar mudando tão rapi- damente como tudo mais, a profissão possui certas características que são difíceis de mudar. Uma das mais importantes é a periodicidade dos veículos. A etimologia demonstra que os jornais nasceram diá- rios; as revistas detinham-semais na análise dos fatos, portanto faziam uma revisão, que podia ser semanal, mensal ou mais espaçada; os meios eletrônicos mais imediatistas... Essa é a reflexão – meio histórica – que me ocorre ao escrever esta página introdutória. Sabemos leitores que esta Revista é impressa no Brasil pela ESPM, em convênio com a Universidade de Columbia, conside- rada como uma das principais escolas de Jornalismo do planeta. São publicadas duas edições – uma emcada semestre – e as duas instituiçõesmantêm, emseus sites, informações que podem ser transmitidas emminutos. Mas, como qualquer outro produto, um veículo de comunicação existe para atender às preferências de seus “consumidores”, os leitores e anunciantes. E, nesse sentido, há quem queira promover ou receber uma informação instantânea, como há os que prefe- rem satisfazer as suas necessida- des em outro ritmo. Trabalhei algum tempo em um semanário brasileiro de sucesso. Sua “reta final” iniciava-se na sexta-feira cedo, para que pudesse estar pronto para a distribuição até o fim do dia. Não havia frustração maior – para toda a equipe – do que algum acontecimento trans- cedental ocorresse na sexta, por volta do meio-dia. Penso nisso até hoje. Eposso pensar no que pensam os meus colegas de jornal quando algo importante acontece quando as máquinas já estão rodando... O tema geral de cada edição da Revista de Jornalismo ESPM é definido, naturalmente, pelanossairmãmaisvelha,a ColumbiaJournalismReview . O deste semestre era promissor: True Lies. Verda- deiras Mentiras, ou as recém-nascidas Fake News. Foram escolhidos os artigos em inglês, para tradu- ção, enquanto nossa redação coletava as colabora- ções dos profissionais brasileiros. Nisso, aconteceu o que todo jornalista teme: surgiu uma notícia que suplantou todas as demais. O mundo literalmente parou, diante de uma pandemia; umfenô- meno que ocorreu pela última vez hámais de 100 anos, quandoapopulaçãomundial erade 1,8bilhãodepessoas, e ressurge nomundo atual de 7,6 bilhões de habitantes. Felizmente, nossa redação e os colaboradores bra- sileiros puderam acrescentar ao excelente material da CJR – sobre outra enfermidade grave e recente, as Fake News – suas análises e considerações sobre a inesperada invasão da Covid-19 e algumas de suas consequências mais iminentes, para o Brasil e para o resto da humanidade. E, em especial, para os que escolheram o Jornalismo como profissão. Nomomento emque escrevo, estamos todos vivendo umproblema verdadeiramente global, com repercus- sões no mundo digital, nas noções de solidariedade, de consumo, ética, saudabilidade, direitos à priva- cidade e visão da Natureza – entre, provavelmente, muitas outras áreas. Como se estivéssemos participando – todos – de uma corrente universal de pensamento e de emoções. Boa leitura! j. roberto whitaker penteado Editor A notícia que calou todas as outras
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