Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 51 sociais eda facilidade cadadiamaior de se produzir e se divulgar… con- teúdo. As pessoas passaram os últi- mos 20 anos perdendo a capacidade de entender a diferença entre jorna- lismoeopiniãoouumsimples boato. Emais:muitospassaramadesprezara informaçãoproduzidapela imprensa (aomenosquandoanotíciadesafiava minhasconvicçõesdequalquernatu- reza). Essa capacidadede saber dife- renciar entre fato ou fake news tem nome: literacia midiática. Nestesentido, apandemiadecoro- navírus trouxe a urgência emapren- der adiferença–sobo riscodenão se contaminar comoqueaOrganização dasNaçõesUnidas para aEducação, a Ciência e a Cultura (Unesco) bati- zou de desinfodemia: “desinforma- ção básica sobre a doença de Covid- 19” ( veja quadro na página anterior ). Pormais triste edesesperador que seja o momento, é bom saber que o bom e velho jornalismo, com todas as suas qualidades (eprincipalmente muitos de seus defeitos), encontrou uma chance real de se restabelecer e terreconhecidooseuvalorparasocie- dades democráticas e saudáveis. E, pelovisto, temagarradoessa chance. Bastaverosnúmeros,quenãomen- tem e também desmentem a tese de que “o jornalismo acabou”. Antes da pandemia, essa cantilena, repetida à exaustão nas últimas duas décadas, parecia estar apoiada em fatos sóli- dos: a crise generalizada das empre- sas jornalísticas (coma Editora Abril comomaior expoente), adiminuição deaudiênciasemrádioseTVs(abertas e fechadas), a queda drástica de tira- gens e vendas de exemplares – com correspondente queda nas receitas publicitárias. E com as pessoas não entendendo como monetizar jorna- lismo na internet... Exemplos da “crise” não faltam – corroboradospeloavançogigantesco deoutrasformasdecomunicação,com ILUSTRAÇÃO: SAULO CRUZ
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